Filme do Dia: Brutalidade em Pedra (1961), Alexander Klüge & Peter Schamoni



Brutalidade em Pedra (Brutalität in Stein, Al. Ocidental, 1961). Direção: Alexander Klüge & Peter Schamoni. Fotografia: Wolf Wirth. Música: Hans Posegga. Montagem: Heidi Genée & Ursel Werthner.
Este curta, considerado como um dos marcos iniciais do Novo Cinema Alemão, procura simetria entre sua montagem seca e a apresentação de sons e imagens tanto de arquivo como elaboradas por Kluge e Schamoni a partir do monumental edifício do Partido Nazista, em Nuremberg, despidas de qualquer sensacionalismo ou emotividade. Os discursos de Hitler são ouvidos sob a montagem ultra-dinâmica que apresenta blocos ou visadas parciais do monumental edifício. Fotografias e outras imagens de arquivo, assim como esboços do que seria esta construção monumental se somam as imagens filmadas. O único comentário diretamente direcionado dos realizadores são as legendas iniciais que afirmam que “toda estrutura que nos foi legada pela história, expressa o espírito de seu construtor, mesmo que posteriormente tenha sido utilizada com outros propósitos. Os prédios abandonados do Partido Nazista servem como testemunhos em pedra de uma época que abrigou os eventos mais terríveis da história alemã.” O corte seco, por vezes é interpolado por movimentos de câmera (num deles evocativo de alguns dos célebres planos da Escadaria de Odessa em O Encouraçado Potemkin) e zooms (um deles logo ao início deixa entrever os marcos bélicos sobre a própria pedra do edifício). As sonoridades de arquivo desaparecem por vezes quase tão abruptamente quanto a maior parte dos cortes do filme e as imagens que se seguem, não muito distintas das anteriores, parecem refletir o peso ainda mais forte da reverberação daquelas. É num tom de voz tão impessoal, frio e racional quanto a própria arquitetura em pedra explorada pelo filme que Rudolf Hess comenta sobre a dinâmica dos comboios de extermínio. Alexander Kluge Filmproduktion/Dieter Lemmel Kurzfilmproduktion/Peter Schamoni Film para Neue Filmform Heiner Braun. 10 minutos e 41 segundos.

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