Filme do Dia: A Bronx Morning (1931), Jay Leyda

A Bronx Morning (EUA, 1931). Direção: Jay Leyda.

Leyda realizou sua própria “sinfonia urbana”. Mesmo tendo sido realizada há já certo tempo que o cinema sonoro dominava, é silenciosa. E, ao contrário da maior parte das sinfonias urbanas do período, seu recorte é por uma parte mais modesta e provinciana de Nova York. Portanto, sua sinfonia não destaca o lado mais pujante e monumental do progresso econômico de filmes como Berlim, Sinfonia de uma Metropóle (1927), The Twenty-Four-Dollar Island) (1927) ou Manhatta (1921). Seu foco é centrado em atividades comezinhas do cotidiano que são trabalhados menos pela veia mais poética de um cinegrafista como Bonney Powell (Manhattan Medley) do que como material para estratégias formais, como o ritmo da montagem que acompanha o movimento da mães que embalam seus bebês. As ações aqui parecem ganhar preponderância sobre os rostos humanos e suas expressões faciais – seja ao jogar um dado, fazer uso de um taco de beisebol ou embalar uma criança. Ou ainda quando dois meninos partem para  briga ou um grupo de meninas brinca de amarelinha.  O realizador, que foi assistente de montagem de O Encouraçado Potemkin, faz certamente da montagem um elemento importante para seu painel lúdico-formal de imagens que evitam, no entanto, servirem de ponte fácil para generalizações grandiosas. Nunca sua dimensão formal se encontra tão impregnada quanto na seqüência que contrapõe um bando de pombos voando entremeado de planos de sacos esvoaçando pelos céus da grande cidade.  National Film Registry em 2004. 11 minutos.

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