Filme do Dia: A Cicatriz (1976), Krzysztof Kieslowski


Blizna Poster


A Cicatriz (Blizna, Polônia,  1976). Direção: Krzysztof  Kieslowski. Rot. Adaptado: Romuald Karas & Krzysztof  Kieslowski, baseado no conto do primeiro. Fotografia: Slavomir Idziak. Música: Stanislaw Radwan. Montagem: Krystyna Górnicka. Dir. de arte: Andrzej Plocki. Cenografia: Ewa Kowalska. Figurinos: Izabella Konarzewska. Com: Franciszek Pieczka, Mariusz Dmochowski, Jerzy Stuhr, Stanislaw Michalski, Michal Tarkowski, Halina Winiarska, Joanna Orzechowska.
            Bednarz (Pieczka) é chamado para dirigir o projeto de instalação da indústria para a qual trabalha em sua cidade natal. Para tanto, tem que se afastar da esposa (Winiarska), que não pretende voltar ao local onde vivenciou um atrito profissional com um morador local, pelo qual sente-se hoje culpada. Também se afasta da filha (Orzechowska), que seguindo a tendência de sua geração, vive aparentemente descompromissada e realizando abortos. A tensão só aumentará quando afasta-se de vez da esposa e filha , ao mesmo tempo que enfrenta o peso de vários setores da comunidade contra o projeto e, posteriormente, conflitos com os trabalhadores e a própria administração. A ambiguidade de sua posição, ao mesmo tempo centralizador de decisões de cunho autoritário e, posteriormente, não escondendo sua simpatia pelo movimento trabalhista que começa a ganhar força, desagrada tanto aos operários como aos administradores da empresa. Não suportando a pressão, desiste da carreira profissional e volta a dedicar-se à família, agora acrescida de uma neta.
                Essa produção, censurada por muito tempo na Polônia, que já faz menção ao surgimento do movimento sindical em Gdansk, acompanha com distanciamento emocional próximo da linguagem documental – influência da própria formação documentária do cineasta – o desenrolar dos fatos. A ausência de uma fotografia bela e de trilha sonora – características presentes no final de sua carreira, quando associou-se ao produtor Marin Karmitz- apenas reforçam o tom seco e duro da narrativa, propício a descrição de seu tema. Ainda assim não faltam momentos de lirismo visual, como quando a câmera acompanha o carro que leva Bednarz do aeroporto à empresa ou ainda quando mostra um manifestante operário em meio a escalada de uma gigantesca chaminé. A cineasta da mesma geração de Kieslowski, Agnieszka Holland, aparece brevemente como secretária do protagonista. Zespol Filmowy “Tor”. 112 minutos.

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