Filme do Dia: Magia ao Luar (2014), Woody Allen


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Magia ao Luar (Magic in the Moonlight, EUA/Reino Unido, 2014). Direção e Rot. Original: Woody Allen. Fotografia: Darius Khondji. Montagem: Alisa Lepselter. Dir.de arte: Anna Seibel. Cenografia: Jille Azis & Fanny Landsberg. Figurinos: Sonia Grande. Com: Colin Firth, Emma Stone, Eileen Atkins,  Simon McBurney, Marcia Gay Harden, Hamish Linklater, Catherine McCormack, Jacki Weaver, Erica Leerhsen.
1928. Stanley (Firth) é um mágico de reputação internacional e que tem como um dos passatempos prediletos descobrir farsas que envolvam qualquer coisa de sobrenatural. Seu amigo próximo lhe fala sobre Sophie (Stone), jovem aparentemente sensitiva que ele descobriu recentemente. Stanley a conhece, e apesar do ceticismo inicial, começa a ficar impressionado com a precisão de seu conhecimento sobre fatos relativos não somente a ele, mas também a sua querida e velha tia Vanessa (Atkins).

As vezes quando vem sob a graça da despretensão é que os filmes de Allen mais surpreendem. Não que o filme seja exatamente algo de excepcional em uma carreira marcada faz tempo por um rotineiro por vezes embaraçoso em sua falta de rumo (caso, dentre vários outros, de Café Society). Aqui, como em Café Society a trama que se passa em período histórico passado – lá a Los Angeles dos anos 30, aqui a Grã-Bretanha dos anos 20 – é um passaporte para um desbunde em termos de direção de arte e fotografia preciosistas, que invariavelmente se tornam o principal senão único trunfo do filme. Ao contrário de Café Society, no entanto, avança-se um pouco mais não apenas no perfil de seu protagonista, um mágico moderadamente neurótico para ser um alter-ego do realizador e, ainda melhor, na tensão entre crença e ceticismo, balança que se equilibra de forma deveras interessante ao longo do filme. Se as pretensões de Allen era efetivar alguma elucubração de tinturas bergmanianas em relação a arte e a espiritualidade, ainda que de forma oblíqua, deve-se agradecer que não tenha cumprido com tal pretensão aparente.  E, se em Café Society a direção de arte se esmerava na reconstituição dos interiores, aqui mesmo esses sendo irretocáveis, o que ainda mais surpreendente são as cenas externas, com jardins e paisagens não menos que deslumbrantes. Dito isso, mesmo surpreendendo positivamente em meio a excessiva banalidade de sua produção recente, o filme sofre com a ausência de uma maior concisão, característica habitualmente presente nos filmes do realizador; aqui, mesmo com uma metragem longe de excessiva, fica-se com uma sensação de quase vinte minutos a mais do que o necessário, concentrados sobretudo após o desmascaramento de Sophie. Há excessiva obviedade em algumas escolhas, inclusive musicais e de caracterização (como Charleston representando uma festa repleta de melindrosas ou a cantora de cabaré a la Dietrich na Berlim de Weimar). Em sua recorrente preocupação em discutir a veracidade ou não de talentos mediúnicos, para além da própria e ainda mais frequente inclusão de números de magia, o filme volta a preocupações de Sonhos Eróticos de uma Noite de Verão. Dippermouth Prod./Cinéfrance 1888 para Sony Pictures Classics. 97 minutos.

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