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Filme do Dia: O Sol Branco do Deserto (1970), Vladimir Motyl

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  O   Sol Branco do Deserto (Beloe Solntse Pustyni, União Soviética, 1970).  Direção: Vladimir Motyl. Rot. Original: Valentin Ezhov, Rustam Ibragimbekov & Mark Zakharov. Fotografia: Eduard Rozovski. Música: Isaak Shvarts. Dir. de arte: Valeri Kostrin & Berta Manevich. Com: Anatoliy Kuznetsov, Spartak Mishulin, Kakhi Kavsadze, Pavel Luspekayev, Raisa Kurkina, Tamara Fedotova, Nikolai Godovikov, Galina Luchai. Quando já se encontra disposto a retornar para casa, após combater na guerra civil que assolou o território soviético, um soldado do Exército Vermelho, Sukhov (Kuznetsov) é escolhido para ser o guardião de um grupo de mulheres que fazem parte do líder guerrilheiro Abdullah (Kavsadze). Junta-se a ele seu fiel escudeiro, Said (Mishulin), que salvara da morte ao desenterra-lo das areias do deserto e também o jovem e inexperiente soldado Petrukha (Godovikov).   Um outro oficial, Vereschagin   (Luspekayev) é convencido a abandonar a tranquila vida que leva com a esposa, para t

Filme do Dia: Oi, Mãe (1970), Brian De Palma

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  O i, Mãe! ( Hi, Mom! , EUA, 1970). Direção: Brian De Palma. Rot. Original: Brian De Palma & Charles Hirsch. Fotografia: Robert Elfstrom. Música: Eric Kaz. Montagem: Paul Hirsch. Dir. de arte: Pete Bocour. Com: Robert De Niro, Charles Durning, Jennifer Salt, Alan Garfield, Lara Parker, Bruce Price, Ricky Parker, Paul Bartel. Recém-chegado em Nova York do Vietnã, Jon Rubin (Niro) tenta ganhar dinheiro no mercado dos filmes de exploração sexual. Tem como idéia filmar as várias cenas exóticas que observa em um prédio de apartamentos em frente ao seu. Após conseguir convencer um produtor a entrar com dinheiro, ele se envolve com a solitária Judy Bishop (Salt), tendo como único intuito filmar a cena de sexo entre ambos em seu apartamento. Quando vai mostrar o resultado para o produtor, acaba percebendo que a câmera não registrou seus malabarismos sexuais e sim o artista plástico nu do apartamento debaixo. Desistindo do negócio, Rubin vende sua câmera e compra uma televisão. Acaba enc

Filme do Dia: Metello, um Homem de Muitos Amores (1970), Mauro Bolognini

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  M etello, um Homem de Muitos Amores ( Metello , Itália, 1970). Direção: Mauro Bolognini. Rot. Adaptado: Luigi Bazzoni, Mauro Bolognini, Susu Cecchi D´Amico & Ugo Pirro, baseado no romance de Vasco Pratolini. Fotografia: Ennio Guarnieri. Música: Ennio Morricone. Montagem: Nino Baragli. Dir. de arte: Guido Josia & Pier Luigi Samaritani. Figurinos: Pier Luigi Samaritani. Com: Massimo Ranieri, Ottavia Piccolo, Frank Wolf, Tina Aumont, Lucia Bosé, Pino Colizzi, Mariano Rigillo, Luigi Diberti. Metello (Ranieri), que perdeu a mãe e o pai antes de completar a maioridade, decide se estabelecer em Florença na última hora que sua família adotiva se muda. Iniciado sexualmente pela madura viúva Viola (Bosé), Metello se envolve com simpatizantes do socialismo, de quem seu pai fora ardoroso defensor, o que acaba levando-o à pena de mais de um ano de prisão, após se negar a entregar as bandeiras comunistas no enterro de um companheiro de trabalho que morreu acidentalmente após uma discussã

Filme do Dia: The Helter Skelter Murders (1970), Frank Howard

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  T he Helter Skelter Murders (EUA, 1970). Direção, Fotografia e Montagem: Frank Howard. Rot. Original: J.J. Wilke Jr, & Duke Howze. Música: Sean Bonniwell. Dir. de arte: Melinda Wing. Com: Brian Klinknett, Erica Bigelow, Paula Shannon, Linda Van Compernolle, Debbie Duff, Phyllis Estes, Gary Donovan, Richard Kaplan. Efetivamente baseado nos crimes praticados pela “família” Manson um ano antes, essa canhestra produção procura explorar ao máximo o evento que ainda nem havia finalizado o seu julgamento – no cartaz o ator principal seria o próprio Manson, embora no filme em nenhum momento sejam citados os nomes reais dos envolvidos e Manson é referido apenas como Charlie. É evidente que   não poderia ficar de fora igualmente uma exploração do sexo associado à juventude hippie, como se Howard, nesse que é seu único filme, tivesse feito um aprendizado básico junto aos festivais de rock filmados à época e tentasse reproduzir o ambiente a partir da fala de um dos depoentes – o filme é pr

Filme do Dia: Domicílio Conjugal (1970), François Truffaut

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  D omicílio Conjugal ( Domicile Conjugal , França/Itália,1970). Direção:  François Truffaut. Rot. Original:  François Truffaut,  Claude de Givray &  Bernard Revon. Fotografia: Néstor almendros. Música: Antoine Duhamel. Montagem: Agnès Guillemot. Dir. de Arte: Jean Mandaroux. Cenografia: Jean Mandaroux. Figurinos: Françoise Tournafond. Com: Jean-Pierre Léaud ,  Claude Jade,   Daniel Ceccaldi, Claire Duhamel,  Hiroko Berghauer, Daniel Boulanger,   Sylvana Blasi, Barbara Laage,  Danièle Girard,   Claude Véga. Antoine (Léaud), leva o doce cotidiano da vida de recém-casado com Christine (Jade). Ele, como florista, ela como dona de casa, vivendo em um subúrbio parisiense. Sua rotina inclui ainda visitas ocasionais aos pais de Christine e o convívio com os tipos populares que vivem nas cercanias. O único a destoar, pela estranheza, é o misterioso vizinho que todos chamam de estrangulador (Véga), embora posteriormente se torne popular, quando aparece fazendo fazendo imitações na TV. Log

Filme do Dia: Marcelo Zona Sul (1970), Xavier de Oliveira

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  M arcelo Zona Sul (Brasil, 1970). Direção e Rot. Original: Xavier de Oliveira. Fotografia: Edson Batista. Música: Denoy de Oliveira & Geny Marcondes. Montagem: Manuel Oliveira.Cenografia: Alexandre Horvath. Com: Stepan Nercessian, Françoise Forton, Simone Malaguti, Lula, Francisco Dantas, Neila Tavares, Maria Teresa Barroso, Antônio Victor. Marcelo (Nercessian) é um adolescente rebelde que já fui expulso de sala mais de duas dezenas de vezes e no dia de uma prova de matématica, acaba roubando as provas e indo com a namorada (Forton) até a Lagoa Rodrigo de Freitas, onde as joga nas águas da lagoa. Decide ir com o melhor amigo, José Miguel (Lula), “órfão” de pais ricos e sempre ausentes e uma amiga da namorada (Malaguti), no jipe dos pais de Miguel, até um trecho deserto da Floresta da Tijuca. Ficam presos no local por um bom tempo, já que o carro dá um defeito. O retorno para casa lhe reserva a descoberta nada agradável de que os administradores do colégio descobriram o plano e

Filme do Dia: Morangos Amargos (1970), Stuart Hagmann

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  M orangos Amargos ( The Strawberry Statement , EUA, 1970). Direção: Stuart Hagmann. Rot. Adaptado: Israel Horovitz, baseado no livro The Strawberry Statement: Notes of a College Revolutionary , de James Kunen. Fotografia: Ralph Woosley. Música: Ian Freebairn-Smith. Montagem: Marjorie Fowler, Roger J. Roth & Fredric Steinkamp. Dir. de arte: E. Preston Ames & George W. Davis. Figurinos: Robert R. Benton. Com: Bruce Davinson, Kim Darby, Bud Cort, Murray MacLeod, Tom Foral, Bob Balaban, Michael Margotta, Israel Horovitz. Simon (Davinson), estudante universitário em San Francisco, observa as manifestações estudantis que ocorrem no campus. Ele se aproxima do grupo que invadiu a reitoria e conhece Linda (Darby). O que tinha como interesse inicial apenas ser uma forma de encontrar garotas, acaba se tornando paixão por Linda e uma intensa participação nos movimentos contestatórios do grupo, vindo a ser   um dos líderes do movimento e preparando seus companheiros para um violento con

Filme do Dia: Dois Perdidos numa Noite Suja (1970), Braz Chediak

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  D ois Perdidos numa Noite Suja (Brasil, 1970). Direção: Braz Chediak. Rot. Adaptado: Braz Chediak, Emiliano Queiroz e Nélson Xavier, baseado na peça de Plínio Marcos. Fotografia: Hélio Silva. Música: Almir Chediak. Montagem: Raimundo Higino. Cenografia: Eli Celano. Figurinos: Antonio Murilo. Com: Emiliano Queiroz, Nélson Xavier, Paulo Sacramento, Papa Ruiz, Vanda Trizkaya, Fernando José, J. Diniz. Tonho (Queiroz) passa a dividir a miserável morada com Paco (Xavier), porém a convivência com o colega de trabalho braçal no mercado não se revela nada harmoniosa. Tonho estudou, possui família, alguma ambição de melhorar de vida e sente-se ameaçado pela ignorância e falta de escrúpulos de Paco, que o aflige com as ameaças de Negrão, um homem que passa a extorquir dinheiro de Tonho em troca de não espanca-lo e não se dispõe a emprestar seu sapato por um dia sequer, além de goza-lo referindo-se constantemente a ele como homossexual. Para Tonho tudo na vida mudaria se conseguisse um par de

Filme do Dia: America is Hard to See (1970), Emile de Antonio

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A merica is Hard to See (EUA, 1970). Direção: Emile de Antonio. Fotografia: Richard Pearce. de Antonio foca no grande imbróglio que se forma à esquerda em torno da candidatura presidencial para o partido democrata em 1968. Com o Senador Eugene McCarthy se lançando como pré-candidato com uma plataforma contrária a Guerra do Vietnã e, portanto, batendo de frente com a do então presidente Johnson, e com um Senador Robert Kennedy sentindo-se pressionado com as expectativas que também se lance como candidato – como lembrado por um dos depoentes – e também se posicione de forma divergente ao presidente em relação à guerra. de Antonio se afasta da prédica do Cinema Direto de então, ao se manter atento sobretudo ao binômio entrevistas diretas para o realizador quando de sua produção, cerca de mais ou menos dois anos após os eventos e imagens de arquivo. Trata-se, portanto, de uma visada retrospectiva e não efetuada em processo com os motivos apresentados, como na maior parte do Cinema Direto

Filme do Dia: Também os Anões Começaram Pequenos (1970), Werner Herzog

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T ambém os Anões Começaram Pequenos ( Auch Zwerge haben Klein Augefangen , Alemanha, 1970). Direção e Rot. Original: Werner Herzog. Fotografia: Thomas Mauch. Música: Florian Fricke. Com: Helmut Döring, Gerd Gickel, Paul Glauer, Erna Gschwendtner, Gisela Hertwig, Gerhard Maerz, Hertel Minkner, Gertrud Piccini, Marianne Saar. Grupo de anões numa instituiçao correcional se rebela contra a mesma, na ausência de seus funcionários. Juntos dilapidam boa parte do patrimônio material, torturam e matam animais, incendeiam árvores e reagem contra o único anão que representa os interesses da instituição. Esse talvez seja o mais bizarro dos filmes de um cineasta que teve como característica marcante – principalmente nos anos 1970 – uma busca incessante por tipos e imagens que se afastavam de um olhar convencional sobre o mundo. Nesse sentido, sua ênfase na crueldade dos que foram igualmente vítimas da crueldade institucional chega aos limites de ter sido questionada, em termos éticos (assim com

Filme do Dia: Os Herdeiros (1970), Cacá Diegues

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O s Herdeiros (Brasil, 1970). Direção e Rot. Original: Cacá Diegues. Fotografia: Dib Lutfi. Montagem: Eduardo Escorel. Cenografia: Luís Carlos Ripper. Figurinos: Fernando Bede. Com: Sérgio Cardoso, Odete Lara, Mário Lago, Isabel Ribeiro, Ferreira Gullar, Grande Otelo , Paulo Porto, Jean-Pierre Léaud , Hugo Carvana, Anecy Rocha, Daniel Filho, Cláudio Wanderley, André Gouvêia, Laura Galano. A epopeia do jornalista foragido Jorge Ramos (Cardoso), que trai seu passado comunista e delata seu melhor amigo, Sérgio Martins (Gullar) que finda torturado e morto na prisão. Foragido, aproxima-se de um barão do café, Almeida (Lago),   para futuramente o traí-lo, sendo expulso com sua mulher, Rachel (Ribeiro), filha de Almeida, ao abraçar o governo Vargas. Assumindo cargo no jornal do governo, trai igualmente seu amigo Medeiros (Porto), que o quer na Rádio Nacional. Torna-se amante de uma famosa cantora do rádio, Eugênia (Lara), traindo sua esposa, que enlouquece. Um dos filhos, David (Wanderl

Filme do dia: Brasileiros em Hollywood (1970), Salvyano Cavalcanti de Paiva

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B rasileiros em Hollywood (Brasil, 1970). Direção: Salvyano Cavalcanti de Paiva. Fotografia: André Palluch. Segundo a narração desse curta um tanto acadêmico, os dois brasileiros pioneiros foram Syn de Conde e Antonio Rolando (1896-1943), que trabalharam como atores entre o final dos anos 10 e idos da década seguinte. Apesar do triunfo referido pelo narrado, de ambos, ao apresenta-los contracenando com celebridades da época, não apenas os papéis dos dois foram habitualmente secundários (Syn de Conde chega a sequer ser creditado em algumas de suas primeiras fitas, o que era comum então) como aparentemente Rolando teve uma única participação em um filme Hollywoodiano. De toda forma, antes da eclosão do cinema sonoro, estavam de volta ao Brasil. Olympio Guilherme (1902-73) e Lia Torá (1907-72) foram o rapaz e moça ganhadores do concurso da Fox efetuado no Brasil para uma possível carreira hollywoodiana. Apesar de acadêmico, o documentário sofre pela ausência de créditos dos filmes qu

Filme do Dia: Kentervilskoe Prividenie (1970), Valentina Brumberg & Zinaida Brumberg

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K entervilskoe Prividenie (URSS, 1970). Direção: Valentina Brumberg & Zinaida Brumberg. Rot. Adaptado: George Munblit, a partir da obra de Oscar Wilde. Fotografia: Boris Kotov. Música: Aleksandr Valarmov. Montagem: Elena Tertychnaya. Dir. de arte: Lana Azarkh & Valentin Lalayants. O fantasma do centenário castelo de Cantervile se desespera ao não mais conseguir assustar um grupo de turistas americanos que visita o castelo e acaba sendo auxiliado pela filha do casal a se libertar de seu encargo. Talvez o intuito das realizadoras tenha sido uma crítica ao desencantamento do mundo que não por acaso se dá com a figura típica de um americano bonachão e incapaz de crer em qualquer coisa que não seja o universo prático e de negócios. Ainda que aparentemente vencido pela mediocridade dos novos o espectro consegue se transformar nas flores de uma árvore, provocando ao menos um último suspiro de admiração em seus incrédulos visitantes. Adaptação do romance de Wilde sem maiores qua

Filme do Dia: O Pequeno Grande Homem (1970), Arthur Penn

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O  Pequeno Grande Homem ( Little Big Man , EUA, 1970). Direção: Arthur Penn. Rot. Adaptado: Calder Willinghan, baseado em romance de Thomas Berger. Fotografia: Harry Stradling Jr. Música: John Paul Hammond. Montagem: Dede Allen. Dir. de arte: Dean Tavoularis. Dir. de arte: Angelo P. Grahan. Cenografia: George R. Nelson. Figurinos: Dorothy Jeankins. Com: Dustin Hoffman, Faye Dunaway, Chief Dan George, Martin Balsam, Richard Mulligan, Jeff Corey, Aimée Eccles, Kelly Jean Peters, Ray Dimas, Thayer David, Carole Androsky. Jack Crabb (Dimas) quando criança presencia o massacre da família, mas é poupado, assim como a irmã Caroline (Androsky), e se torna o neto predileto de um líder da nação indígena que o acolhe, Old Lodge Skins (George). Com um massacre sendo perpetrado pelos brancos, Crabb se rende, apresentando sua tez branca. Passa então a fazer parte da família do pastor Pendrake (David), despertando a volúpia de sua esposa, Louise (Dunaway). É expulso pelo pastor ao ser flagrado

Filme do Dia: Vento do Leste (1970), Grupo Dziga Vertov

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V ento do Leste ( Le Vent d´Est , França/Itália/Alemanha, 1970). Direção: Grupo Dziga Vertov. Rot. Original: Sergio Bazzini, Daniel Cohn-Bendit & Jean-Luc Godard. Fotografia: Mario Vulpiani. Montagem: Jean-Luc Godard & Jean-Pierre Gorin. Figurinos: Lina Nerli Taviani. Com: Gian Maria Volonté, Anne Wiazemsky, Paolo Pozzesi, Cristiana Túlio-Altan, Allen Midgett, Daniel Cohn-Bendit, Götz George, Federico Boido, Marco Ferreri, Gláuber Rocha . Como o pródigo realizador de uma forma ensaística única de fazer cinema, Godard é o principal articulador do Grupo Dziga Vertov, de vida breve, no qual a proposta era se afastar do conceito burguês de autoria em troca de uma mais coletiva de realização cinematográfica. Godard faz uma radiografia do cinema e uma associação intrínseca com os modelos políticos que o geraram – sintetizado nas polaridades Nixon-Paramount x Brejnev-Mosfilm. Uma terceira via – representada pela breve e célebre aparição de Glauber Rocha numa encruzilhad

Filme do Dia: Copacabana Mon Amour (1970), Rogério Sganzerla

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C opacabana Mon Amour (Brasil, 1970). Direção e Rot. Original: Rogério Sganzerla. Fotografia: Renato Laclette. Música: Gilberto Gil. Montagem: Mair Tavares. Com: Helena Ignez, Othoniel Serra, Paulo Villaça, Guará Rodrigues, Laura Galano, Joãozinho da Goméia. Sonia Silk (Ignez), prostituta na praia de Copacabana, sonha ser uma grande cantora da Rádio Nacional, enquanto seu irmão Vidimar (Serra), é apaixonado por seu patrão, o Dr. Grillo (Villaça). Visitando o pai-de-santo Joãzinho da Goméia, Silk toma a decisão de assassinar o Dr. Grillo para libertar o irmão da situação de transe em que se encontra. Embora provavelmente seja uma experiência enervante para quem busque uma narração mais delineada, o filme de Sganzerla consegue, de certa maneira, traduzir em sua forma, e não apenas nas atuações do elenco, a atmosfera de transe hipnótico dos cultos afro-americanos, dois quais Vidimar e Silk são   praticantes. Para tanto auxilia a inesquecível fotografia de cores quentes – efetiva

Filme do Dia: Pele de Asno (1970), Jacques Demy

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P ele de Asno ( Peau d’Âne , França, 1970). Direção: Jacques Demy. Rot. Adaptado: Jacques Demy, baseado no conto de Paul Perrault. Fotografia: Ghislain Cloquet. Música: Michel Legrand. Montagem: Anne-Marie Cotret. Dir. de arte: Jacques Dugied. Com: Catherine Deneauve , Jean Marais, Jacques Perrin, Micheline Presle, Delphine Seyrig , Fernand Ledeux, Henri Cremiéux, Sacha Pitoeff. Num reino encantado, o Rei (Marais) vive em paz idílica com sua amada esposa (Deneuve), sendo sua paz abençoada por um asno que defeca jóias. Porém, um belo dia toda essa harmonia é comprometida pela doença e falecimento da rainha, que promete que o Rei somente deverá se casar com outra mulher ainda mais bela que ela. A única mulher à altura da Rainha, é a própria filha de ambos, a Princesa (Deneauve). Mesmo apaixonada pelo pai, a Princesa não cede a seus pedidos por conselho de uma Fada (Presle). Após inúmeros vestidos luxuosos como garantia de que casará com o Rei, a Princesa pede a pele do asno mág

Filme do Dia: The Hart of London (1970), Jack Chambers

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T he Hart of London (Canadá, 1970). Direção, Fotografia e Montagem: Jack Chambers. Chambers através de seu título parece ironizar com as ”sinfonias urbanas” produzidas nos anos 1920, que, na verdade, refere-se a pequena cidade homônima da célebre capital britânica, situada na província de Ontario, Canadá. Faz uso de efeitos comuns à vanguarda contemporânea norte-americana, mas de forma original. Sobretudo da sobreposição de imagens diversas, imagens em negativo e por vezes aceleração de imagens, assim como uma banda sonora de ruídos, que auxilia minimamente a propor algumas associações – assim o motivo recorrente de ruído de um trem sobre trilhos pode ser associado com imagens vislumbradas da janela, o mesmo se dando com uma seqüência em que predomina o ruído de água escorrendo sobre imagens majoritariamente de neve ou água. Tal como numa sinfonia, existem momentos em que a imagem é quase abstrata dada a rapidez com que as imagens se fundem ou que os enquadramentos se detém s

Filme do Dia: Fruto do Paraíso (1970), Vera Chytilová

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F ruto do Paraíso ( Ovoce Stromu Rajských Jimé , Tchecoslováquia/Bélgica, 1970). Direção: Vera Chytilová. Rot. Original: Vera Chytilová (diálogos) & Esther Krumbachová. Fotografia: Jaroslav Kucera. Música: Zdenek Liska. Montagem: Miroslav Hájek. Dir. de arte: Vladimír Lubský. Figurinos: Esther Krumbachová & Bohumila Marsalková. Com: Jitka Novákova, Karel Novak, Jan Schmid. Uma mulher (Novákova) se divide entre o marido, Josef (Novak) e o amante (Schmid). Ainda que por vezes sua falta de qualquer concessão a uma narrativa mais ortodoxa provoque uma nostalgia do cinema clássico e seu insistente mosaico de situações dispares acabe por privilegiar mais as partes que o todo, é inegável o talento criativo de Chytilová. Sua música minimalista (antecipadora, ao menos no prólogo, do Philip Glass em Koyaanisqatsi ), narrativa fragmentada, a voz infantil da protagonista e as interpretações não naturalistas criam uma atmosfera surreal e onírica de conto de fadas (algumas vezes evoc

Filme do Dia: Pouco a Pouco (1970), Jean Rouch

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P ouco a Pouco ( Petit a Petit , França, 1970). Direção, Rot. Original e Fotografia: Jean Rouch. Montagem: José Matarasso & Dominique Villain. Com: Lam Dia, Damouré Zika, Safi Faye, Ariane Bruneton, Philippe Luzuy, Michel Delahaye. Damouré (Zika)   e Lam (Dia) pretendem construir uma edificação de luxo para sediar sua empresa, Petit a Petit, em   Niamey, Níger. O modelo são os arranha-céus europeus.   Damouré decide viajar para Paris, para investigar a arquitetura e a cultura francesas. Inicialmente encantado com o tamanho da cidade, logo Damouré ficará horrorizado ao descobrir que os frangos que comem não são degolados, que os homens parecem mulheres e vice-versa e que as mulheres parisienses se vestem muito mal. Preocupado com os gastos exorbitantes do amigo e com as informações que ele envia em suas cartas, Lam parte em encontro ao amigo. Juntos encontram uma estilista africana, uma jovem francesa que se torna secretária da empresa, Ariane (Bruneton) e um alcóolatra que