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Mostrando postagens com o rótulo Cinema Francês

Filme do Dia: Bout-de-Zan vole un Élephant (1913), Louis Feuillade

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  B out-de-Zan vole un Éléphant (França, 1913). Direção e Rot. Original: Louis Feuillade. Com: René Poyen. Jeanne Saint-Bonnet, Renée Carl, Juliette Malherbe. Uma criança e seu elefante de estimação provocam confusão em uma cidade. O carisma do animal talvez seja o maior destaque nesse filme, onde a criança não se escusa em acenar diretamente para a câmera em seu início. A interação do elefante com seus amigos humanos provoca algunas momentos surreais, como a cena final, na qual come na mesa do jantar com a criança e uma mulher que os “adotou”. Destaque para a quantidade variada de cenários e para o pouco caso com sua verosimilitude, típica sobretudo de um período pouco anterior – como é o caso da cena na qual o elefante não apenas derruba um soldado que tentara se afastar dele como na sua ação acaba também fazendo tremer o cenário que representa o portão de um quartel militar. Société des Etablissement L. Faumont. 9 minutos e 19 segundos.

Filme do Dia: Au Pays Noir (1905), Ferdinand Zecca & Lucien Nonguet

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  A u Pays Noir (França, 1905). Direção Ferdinand Zecca & Lucien Nonguet. Rot. Adaptado a partir do romance de Émile Zola. A descrição da precariedade de uma família mineira a apresenta em situação típica associada ao grupo social, família numerosa, mas também com certa dignidade (não há ninguém vestindo andrajos, existem mais objetos de cena, ilustrando os adereços da casa – inclusive um indefectível quadro religioso na parede – que o habitual em produções da época). As cartelas possuem apresentação típica do estúdio então. Letras garrafais em chamativo vermelho sobre fundo preto. Na cena seguinte, a apresentar a saída para o trabalho do chefe da família, observamos um elaborado trabalho cenográfico, primorosamente realista em contraposição aos pensados por Méliès em seu Viagem à Lua , por mais que facilmente se perceba a tentativa de criar profundidade a partir das telas que a representam, mas das quais se pode observar, inclusive, seu contato com o chão. E o mais incrível é

Filme do Dia: Rosas de Sangue (1960), Roger Vadim

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  R osas de Sangue ( Et Mourir de Plaisir , França/Itália, 1960). Direção: Roger Vadim. Rot. Adaptado: Roger Vadim & Roger Vailland a partir da história original de Claude Brulé & Claude Martin e do romance Carmilla , de Sheridan Le Fanu. Fotografia: Claude Renoir.  Música: Jean Prodromidès. Montagem: Victoria Mercanton & Maurizio Lucidi. Dir. de arte: Jean André & Robert Guisgand. Cenografia: Robert Christidès. Figurinos: Marcel Escoffier. Com: Mel Ferrer, Elsa Martinelli, Annette Stroyberg, Alberto Bonucci, René-Jean Chauffard, Gabriella Farinon, Serge Marquand, Edith Peters. Carmilla Von Karnestein (Stroyberg), numa reunião social, aponta sua semelhança com a ancestral Millarca. Carmilla sente ciúmes da relação de seu primo, Leopoldo (Ferrer) com a noiva Georgia (Martinelli). Numa noite em que se festeja com fogos de artifício próximos ao cemitério abandonado da família, acidentalmente também ocorrem explosões de minas que existiam na região desde a invasão alemã n

Filme do Dia: Varda por Agnès (2019), Agnès Varda

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  V arda por Agnès ( Varda par Agnès , França, 2019). Direção e Rot. Original: Agnès Varda & Didier Rouget. Fotografia: Claire Duguet, François Decreau & Julia Fabry.  Montagem: Nicolas Longinotti & Agnès Varda. Há um tom professoral e uma sensação de déjà vu inescapáveis na revisitação de sua obra que, somados a estrutura em forma de apresentação diante de uma plateia em um teatro e ausência de perguntas ou qualquer tipo de confrontação por parte dos outros que transformam esse último filme da realizadora em um exercício algo engessado de autocelebração, condescendência essa que um contemporâneo sobrevivente seu, Godard , jamais se permitiu ou sequer contemplou. Mais de uma vez a realizadora exalta o tripé ideação, criação (por em execução a ideia inicial) e compartilhamento como fundamento do cinema. Porém o último filme q parece cumprir a risca o mesmo é o seu anterior, não por acaso vislumbrado como seu filme-testamento, Visages Villages , algo q poderia se estender

Filme do Dia: Neron Essayant des Poisons sur des Esclaves (1896), Georges Hatot

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  N eron Essayant des Poison sur des Esclaves (França, 1896). Direção: Georges Hatot. Um assistente de Nero, ao lado do mesmo, oferece veneno a dois escravos, diante de alguns de seus subordinados nesse filme que parece ser uma das primeiras incursões em um repertório mais tipicamente ficcional que o habitualmente associado aos Lumière.  Aparentemente trata-se do primeiro filme dirigido por Hatot. Do cenário excessivamente artificioso aos gestos grandiloquentes da aproximação fatal da morte quase instantânea vivenciada pelos escravos, esse filme parece antecipar em ao menos uma década a maior parte da produção épica italiana. Curiosamente essa produção é um pouco mais longa que as “vistas”, que compunham o grosso da produção dos Lumière então. Destaque para o terceiro homem que entra com os dois escravos e que sai em posição de agradecimento patético (outro escravo de quem foi poupada à vida?). Lumière. 1 minuto.

Filme do Dia: Perdi Meu Corpo (2019), Jérémy Clapin

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  P erdi Meu Corpo ( J’ai Perdu Mon Corps , França, 2019). Direção: Jérémy Clapin. Rot. Adaptado: Jérémy Clapin & Guillaume Laurant, a partir do romance de Laurant. Música: Dan Levy. Montagem: Benjamin Massoubre. Naoufel sonha em ser pianista e astronauta, algo incentivado respectivamente pela mãe e pelo pai, quando criança. Porém, ele se torna, na adolescência, um entregador de pizzas, diante de um pai desinteressado dele e da vida, e de um irmão mais velho irritante e pouco sensível às demandas do jovem. E para piorar, enquanto entregador não possui o menor talento. Certa noite ao ir entregar o produto para uma garota, Gabrielle, que mora no trigésimo quinto andar e após uma demora de quarenta minutos, dado um acidente que vivenciara, Naoufel descobre que a pizza já se encontra completamente destroçada. Ele conversa um longo tempo com Gabrielle pelo interfone. Ela o convida para passar a noite em seu apartamento, mas ele vai embora, após ter comido ele próprio a pizza. Porém, v

Filme do Dia: Course en Sacs (1896), Louis Lumière

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  C ourse en Sacs (França, 1896) Direção: Louis Lumière. Uma corrida de sacos, evento comum nos festejos da época. Os competidores (e muito provavelmente a própria assistência que os ladeia) são operários das fábricas dos Lumière. É interessante a idéia progressiva da multidão que se fecha e goza do desastrado último competidor, que tem seu avanço indiscriminado que ameaça a própria câmera que os registra;   alertado pelo realizador, dos quais se observa as mãos gesticulando para que algumas pessoas se desviem da câmera, numa primeira aparição do realizador em seu próprio filme, intervenção que se tornará comum no cinema autoral dos anos 60. Lumière. 35 segundos.

Filme do Dia: Le Baromètre de la Fidélité (1909), Georges Monca

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  L e Baromètre de La Fidélité (França, 1909). Direção: Georges Monca. Com: Max Linder , Jeanne Marnac . Após lua-de-mel idílica, casal se vê em situação de tédio absoluto após dois anos e cada um possui seu amante. Uma amiga do casal, vendo que a situação não está nada animadora, envia a esposa um “barômetro da fidelidade”. Um criado, após saber da função do instrumento, altera a cor do mesmo, deixando os cônjuges desesperados ao chegarem em casa e o verem com a cor alterada. Curiosamente o ritmo desse filme é bem mais feérico do que as produções posteriores dirigidas pelo próprio Linder e, inclusive, possuindo uma montagem mais rápida do que a maior parte da produção norte-americana contemporânea, incluindo Griffith . Seu aberto tom de farsa se resolve através dos paralelismos e consegue soluções visuais cinematográficas à altura das teatrais, como a  semelhante  velocidade frenética  com que marido e esposa deslizam pelo vestíbulo para irem de encontro aos seus respectivos aman

Filme do Dia: A Idade do Ouro (1930), Luis Buñuel

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  A   Idade do Ouro ( L’Âge d'or , França, 1930). Direção: Luis Buñuel. Rot. Original: Luis Buñuel &  Salvador Dalí. Fotografia: Albert Duverger. Música: Luis Buñuel & Georges Van Parys. Montagem: Luis Buñuel. Dir. de arte: Pierre Schild. Com: Gaston Modot, Lya Lys, Caridad de Laberdesque, Max Ernst, Josep Llorens Artigas, Lionel Salem, Germaine Noizet Embora nessa segunda incursão de Buñuel pelo surrealismo no cinema (novamente com colaboração de Dali no roteiro) uma certa continuidade no enredo tome proporções maiores que em Um   Cão Andaluz , o cineasta parece bem menos interessado nessa que em detonar com algumas das convenções burguesas que particularmente abominava. Nesse sentido, embora o filme seja uma expressão perfeita de alguns instintos humanos mais básicos quando não recalcados, parece questionável sobrepor um teor  político sobre um tom marcadamente idiossincrático e anarquicamente anti-humanista. Entre os personagens que são insultados ou sofrem violência

Filme do Dia: O Amor Existe (1960), Maurice Pialat

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  O   Amor Existe ( L’Amour Existe , França, 1960). Direção e Rot. Original: Maurice Pialat . Fotografia: Gilberte Sarthre. Música: Georges Delerue. Montagem: Kenout Peltier. De imediato, desde suas primeiras imagens, duas coisas chamam a atenção nesse curta de início de carreira do realizador: seu aparente deslumbramento com a possibilidade de expressão subjetiva de seu protagonista, algo que começava a se transformar numa coqueluche mundial e tinha na França um dos realizadores na vanguarda desse quesito então (Alain Resnais), mas que logo se demonstrará ser um logro, e a virtuosidade precisa de seus enquadramentos através de fluidos movimentos de câmera, ainda que não tão diretamente vinculados à memória como em Resnais . De forma que talvez possa parecer aos incautos insconscientemente inorgânico o curta mistura uma verve de memória nostálgica e pessoal, como os que passeia por locais outrora repletos de vida e hoje (no momento em que foram registrados pelo curta) fantasmáticos c

Filme do Dia: Marseille, la Canebière (1896), Louis Lumière

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  M arseille, la Canebière (França, 1896). Fotografia Louis Lumière. É incrível a vivacidade e nitidez das imagens de uma rua movimentada da cidade francesa, repleta de postes, anúncios, pessoas e veículos em movimento. Nitidez que pode provocar reações paradoxais no espectador, ao mesmo tempo trazendo um senso táctil e promovendo uma aproximação com um estilo de desenho/animação que se deleita em descrever espaços urbanos. A câmera como quase sempre – a exceção são os “panoramas”, e os travellings a partir de veículos em movimento – se encontra fixa a registrar os elementos imóveis e os móveis, estes últimos cruzando sua objetiva.  |Lumière. 50 segundos.

Filme do Dia: Amanda (2018), MIkhaël Hers

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  A manda (França, 2018). Direção: Mikhaël Hers. Rot. Original: Maud Ameline & Mikhaël Hers. Fotografia: Sébastien Buchmann. Música: Anton Sanko. Montagem: Marion Monnier. Dir. de arte: Charlotte de Cadeville. Figurinos: Caroline Spieth. Com: Vincent Lacoste, Isaure Multrier, Stacy Martin, Ophélia Kolb, Marianne Basler, Jonathan Cohen, Nabiha Akkari, Greta Scacchi. David Sorel (Lacoste), 24 anos, é próximo da irmã, Sandrine (Kolb) e de sua filha, Amanda (Multrier). Eles levam uma vida simples, com os estresses e prazeres habituais. Sandrine é professora de inglês. David poda árvores em um programa da prefeitura e participa de um negócio algo escuso de aluguel por curta temporada, sobretudo para migrantes. Uma das que aluga um local próximo a ele é Léna (Martin) e uma atração acontece entre ambos. Léna, que é música, pretende dar aulas de piano para a pequena Amanda, de oito anos.   Certo dia, quando passeava de bicicleta esse mundo vira de ponta-cabeça. Ocorre um massacre em um p

Filme do Dia: Chien Jouant à la Balle (1905), Alice Guy

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  C hien Jouant à la Balle (França, 1905). Direção: Alice Guy Esse filme que apresenta as peripécias de um homem, um cachorro e um balão curiosamente pouco se importa que seu cenário pintado ao fundo, evocativo de uma iconografia estilizada de Paris que logo se tornará lugar-comum no cinema, não exclusivamente francês, seja evidentemente percebido enquanto tal, pois a ilusão de profundidade proporcionada pela pintura acaba se desfazendo quando se percebe não apenas a sombra do balão sobre a mesma como o próprio choque do balão e do cachorro contra a pintura. Ainda que certas fontes apontem essa produção como sendo de 1905, tanto sua duração como sua temática eminentemente vaudevilliana o aproxima mais dos primeiros anos do século. Societé des Etablissements L. Gaumont. 1 minuto e 13 segundos.

Filme do Dia: Diabolicamente Tua (1967), Julien Duvivier

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  D iabolicamente Tua ( Diaboliquement Vôtre , França/Itália/Al. Ocidental, 1967). Direção: Julien Duvivier. Rot. Adaptado: Jean Bovalry, Julien Duvivier, Paul Gégauff & Roland Girard, baseado no livro de Louis Thomas. Fotografia: Henri Decaë. Com: Alain Delon, Senta Berger, Sergio Fantoni, Peter Mosbacher, George Montant, Guy Stranger, Renato Birgo, Claude Piéplu. Homem (Delon) acorda amnésico de um grave acidente de carro e acaba descobrindo ser o rico comerciante Georges Campo, tendo retornado recentemente de Hong Kong, que possui uma bela esposa Christiane (Berger) e mora numa mansão, constantemente visitada pelo médico da família e amigo íntimo de Christiane, Freddie (Fantoni) e zelada pelo mordomo Kim (Mosbacher). Após uma série de atentados com o objetivo de matá-lo, o homem descobre não ser Georges Campo, mas sim Pierre. Que o verdadeiro George foi morto por Christiane. Kim assassina Freddie quando esse espanca Christiane por tê-lo traído com Pierre e é morto por ela. Pie

Filme do Dia: A Vida de Jesus (1997), Bruno Dumont

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  A   Vida de Jesus ( La Vié de Jesus , França, 1997). Direção e Rot. Original: Bruno Dumont. Fotografia: Philippe Van Leeuw. Música: Richard Cuvillier. Montagem: Pierre Choukroun, Yves Deschamps & Guy Lecorne. Dir. de arte: Frédérique Suchet. Figurinos: Nathalie Raoul & Isabelle Sanchez. Com: David Douche, Marjorie Cottreel, Kader Chaatouf, Sébastien Delbaere, Samuel Boidin, Steve Smagghe, Sébastien Bailleul, Geneviève Cottreel. Em um vilarejo provinciano do Nordeste francês, o jovem Freddy (Douche), vê-se oprimido diante de situações tão adversas quanto o desemprego, a epilepsia e o igualmente pouco esperançoso horizonte de seu círculo de amizades, além de uma namorada Marie (Marjorie Cottreel) pouco dada a expressar grandemente sua afetividade e uma mãe   (Geneviève Cottreel) que sempre lhe cobra uma posição mais firme na vida. A situação apenas piora com a morte de um dos amigos de AIDS e o desprezo de Marie, após ter participado em um episódio coletivo de bolinação de um

Filme do Dia: L'idée (1932), Berthold Bartosch

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  L ’idée (França, 1932). Direção: Berthold Bartosch. Rot. Adaptado: a partir do romance de Frans Masereel. Um dos clássicos da animação de vanguarda, menos conhecido que Uma Noite Sobre o Monte Calvo (1933), de Alexander Alexeiff, mas sem dúvida mais radical em suas pretensões do que aquele, sendo o curta de Alexeiff mais poético e inovador em termos de técnica. O produto da imaginação de um homem, uma mulher nua de pequenas proporções, acaba ganhando o mundo e despertando desprezo, admiração ou cobiça nas mais diversas instâncias da sociedade como a justiça, a academia e o mundo artístico. Para acentuar sua dimensão surreal existe a trilha musical, a primeira de música eletrônica jamais composta para um filme. Embora o filme tenha sido sonorizado, não existem diálogos e a única dimensão para além da imagem e do som é a das cartelas na abertura do mesmo. 25 minutos.

Filme do Dia: Guernica (1950), Alain Resnais & Robert Hessens

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  G uernica (França, 1950). Direção: Alain Resnais & Robert Hessens. Rot. Adaptado: a partir do poema de Paul Éluard.  Fotografia: Henry Ferrand.  Música: Guy Bernard. Montagem: Alain Resnais. Esse curta documental que inicia com uma voz over (a cargo de Jacques Pruvost) quase tão distanciada quanto a do narrador de Las Hurdes (1932), sobre uma foto fixa que mais lembra o esqueleto devastado de uma maquete da cidade que dá nome ao título logo após o bombardeio-experimento deflagrado pela força aérea alemã (algo que não chega a ser citado pelo filme). Logo, no entanto, a voz masculina fria e distante cede a uma voz feminina (pela atriz Maria Casares) que declama um poema de Éluard. Nessa transição o filme perde, ao jogar no mesmo campo semântico voz feminina, arte e humanismo em contraposição à voz masculina, distanciamento emocional e fotografia, que aqui é observada como um retrato cru que pretensamente a arte alumiará com a expressividade própria de cada meio (poesia, pintura,

Filme do Dia: Grave (2016), Julia Ducournau

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  G rave ( Raw , Itália/França/Bélgica, 2016). Direção e Rot. Original: Julia Ducournau. Fotografia: Ruben Impens. Música: Jim Williams. Montagem: Jean-Christophe Bouzy. Dir. de arte: Laurie Colson. Figurinos: Elise Ancion. Com: Garance Marillier, Ella Rumpf, Rabah Nait Oufella, Laurent Lucas, Joanna Preiss, Bouli Lanners, Marion Vernoux, Thomas Mustin. Justine (Marillier) é uma jovem virgem que abandona pela primeira vez a vida em família para ir morar no alojamento universitário da renomada escola de veterinária Saint-Exupery. Seus pais (Lucas e Preiss) esperavam que a irmã mais velha de Justine a encontrasse, o que não acontece. Justine é recepcionada como caloura através de um trote um tanto agressivo, acordada no meio da noite e levada para o que parece ser uma sessão de torturas, mas que se vem a descobrir uma agitada balada. Seu companheiro de quarto não é, como esperava, uma mulher, mas o gay Adrien (Oufella). Sua irmã, Alexia (Rumpf) a encontra no meio da festa. Quando se en

Filme do Dia: La Jetée (1962), Chris Marker

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  L a Jetée (França, 1962). Direção e Rot. Original: Chris Marker. Fotografia: Jean Chiabaut & Chris Marker. Montagem: Jean Ravel. Com: Davos Hanich, Hélène Chatelain, André Heinrich, Ligia Branice, Janine Klein, William Klein, Jean Négroni. Esse curta talvez permaneça até hoje como o filme mais célebre do renomado documentarista francês Marker. Aqui, Marker parte de uma estrutura pretensamente documental e apoiando-se quase que totalmente em fotos fixas (em apenas um momento breve existe uma imagem em movimento), como numa fotonovela, para se aproximar cada vez mais de uma narrativa evidentemente não apenas ficcional como surreal. Nos esgotos de uma Paris devastada pela Terceira Guerra Mundial, um homem (Hanich)   se torna “cobaia” das experiências de um cientista (Ledoux), viajando em sua mente para o passado e futuro. No passado, volta sempre recorrente uma imagem traumática que vivenciou no Aeroporto de Orly, em Paris, quando presenciou o suicídio de uma mulher. Nada fácil em

Filme do Dia: Transport de la Cloche de l'Indépendence (1896), Gabriel Veyre

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  T ransport de la Cloche de l’Indépendence (França, 1896). Fotografia: Gabriel Veyre. Partindo de um ângulo perpendicular e um pouco mais elevado de onde se encontram os populares, típico da fotogenia das produções do estúdio, tem-se um registro de um trecho da procissão militar que carrega o sino da independência, certamente algo de uma mitologia vinculada a objetos que remetem à sua ascendência sagrada anterior, agora no campo dos rituais republicanos, que como a própria parada e sua assistência atestam, tampouco deixam de lembrar ritos religiosos. Compõe o conjunto de filmes que o operador Veyre efetuou no México e que hoje podem ser tidas como imagens fundacionais da nação mexicana no cinema. Número 346 do Catálogo do estúdio. Lumière. 55 segundos.