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Mostrando postagens com o rótulo Curta Metragem

Filme do Dia: The Police After Me (2021), Kayahan Kaya

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  T he Police After Me ( Pesimdeki Polis , Turquia, 2021). Direção Kayahan Kaya. Rot. Original M. Seref Ozsoy. Fotografia Kayahan Kaya. Música Derya Türkan. O poeta Orhan Veli consegue alguma notoriedade enquanto poeta. Um policial segue seus passos. E, numa taverna que comumente frequenta, fica sabendo       que o poeta se encontra na praia de Caddebostan.   Quando Orhan, alertado pelos amigos nas areias da praia,   vai tomar satisfações com o homem, esse corre com suas notas. O que Orhan não sabe é que o homem é um tímido admirador seu, que possui suas próprias pretensões enquanto poeta. Quando fica sabendo da misteriosa morte do poeta, dois poetas morrem naquele dia. Incomumente orgânico em sua articulação dos traços realistas, voz over, sua trilha sonora a um passo da melancolia, sua reconstituição da época e questões de provável cunho político idem (há uma referência a se tratar de uma história baseada em fatos reais, o que nos insufla a procurar informações pelo Orhan Ve

Filme do Dia: Edward Hopper (2006), Gavin Lawson

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E dward Hopper (EUA, 2006). Direção: Gavin Lawson. Através de uma comedida narração in off (do próprio realizador?) se tem acesso a um pouco do universo do grande pintor norte-americano que dá título a esse curta-metragem. Pena que Lawson poucas vezes vá além da mera exibição de um quadro, passeando dentro dele e observando certos detalhes. As únicas cenas que não são das obras do artista são planos, por vezes longos, como o recorrente plano dos raios de sol em meio a árvores, enfatizando a importância da iluminação e do jogo de contrastes na obra de Hopper. Uma decisão acertada foi a opção de não ter utilizado material iconográfico diretamente biográfico como fotografias ou cartas, fugindo de uma tendência mais tradicional de documentarismo e preservando um certo tom intimista e subjetivo na sua aproximação com o artista. 10 minutos e 17 segundos.  

Filme do Dia: Como Nasceu o Primeiro Carro Brasileiro (1962)

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  C omo Nasceu o Primeiro Carro Brasileiro (Brasil, 1962) Nesse documentário curto produzido por Jean Manzon se acompanha, de forma sintética, os dois anos de preparação para o lançamento do primeiro automóvel brasileiro, um Aero Willis, fabricado pela Jeep. Ao modo dinâmico de narrar, em que à montagem dos vários processos se acrescenta uma inconfundível voz masculina que fala em primeira pessoa, como se fosse o próprio carro, dos seus primeiros desenhos até o acabamento final e sua exibição “triunfante” em uma feira automobolística parisiense, não apresentada pela produção. E também doses de um exaltado nacionalismo ufano, pródigo de um produtor que sempre soube ir onde o dinheiro se encontrava, sejam nos grandes industriais ou nos governos no poder – Manzon seria um dos maiores decantadores dos tempos de Milagre Brasileiro, já antecipados aqui, como no plano aéreo final que apresenta os arranha-céus de São Paulo, imagem considerada mais imponente que a fábrica em São Bernardo do C

Filme do Dia: Últimas Palavras (1968), Werner Herzog

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  Ú ltimas Palavras ( Letzte Worte , Al. Ocidental, 1968). Direção e Rot. Original: Werner Herzog. Fotografia: Thomas Mauch. Montagem: Beate-Mainka Jellinghaus. Esse curta-metragem, do início da carreira do realizador, talvez possa ser observado mais como curioso exercício de fundamentação documental de algo, a rigor, criado pelo próprio cineasta. Trata-se de uma personagem mítica, que sobrevive às condições absurdas de uma ilha que fora colônia de leprosos. Parece existir uma certa gratuidade na forma como os “personagens” repetem – por   várias vezes -   as mesmas frases. Longe de se encontrar entre as obras inicias mais promissoras de Herzog, que o realizou enquanto preparava o projeto de seu primeiro longa, Sinais de Vida . A obsessão do realizador por personagens maiores que a vida e por uma mitologia peculiar, ainda que devidamente fantasiada (tal como em Fata Morgana) já se apresenta aqui presente. Werner Herzog Filmproduktion. 13 minutos.

Filme do Dia: Nothing Special (2005), Helena Brooks

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  N othing Special (Nova Zelândia, 2005). Direção: Helena Brooks. Rot. Original: Helena Brooks & Jaquie Brown. Fotografia: Dale McCready. Montagem: Margot Francis. Figurinos: Georgie Hill. Com: Liam Powell, Geraldine Brophy, Kip Chapman, Greg Johnson, Gerard Johnstone, Alison Routledge. Narra a história de uma possessiva e louca mãe (Brophy) que vê no filho a imagem do Cristo renascido. Para fugir da obsessão materna, Billy (Chapman) cresce determinado a ser um homem sem atributos especiais. Porém, sua mãe o encontra no trabalho. Trata-se de uma produção que apresenta a faceta mais perversa, a busca do humor através de uma idéia aparentemente criativa somada a uma produção “eficiente”. O resultado não poderia ir muito além do próprio título. 9 minutos e 53 segundos.

Filme do Dia: Little Blabbermouse (1940), Friz Freleng

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  L ittle Blabbermouse (EUA, 1940). Direção: Friz Freleng. Rot.Original: Ben Hardaway. Música: Carl W. Stalling. Montagem: Treg Brown. Um rato serve de guia a um grupo de semelhantes em uma visita a uma drugstore. A um determinado momento, todos os produtos da mesma começam a cantar e dançar. Produto típico da série Merrie Melodies , concorrência direta  e menos bem sucedida às Silly Simphonies da Disney. A mesma situação, incluindo o ratinho pequeno que não para de falar que dá nome ao título, foi adaptada sem qualquer dose de criatividade em Shop Look & Listen , produzido no mesmo ano. Leon Schlesinger Studios para Warner Bros. 8 minutos e 11 segundos.

Filme do Dia: Sobre Nós (2016), Miguel Moura

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  S obre Nós (Brasil, 2016). Direção, Dir.de Fotografia e Montagem: Miguel Moura. Rot. Original: Chandelly Braz, Samuel Toledo & Miguel Moura. Dir. de arte: Juliana Esquenazi. Figurinos: Julia Souza. Com: Chandelly Braz, Samuel Toledo. Dois amigos de longa data (Braz e Toledo) se reencontram após certo tempo. Dentre eles, à espera do horário para saírem para algum evento, ao fumarem um cigarro, o tempo, algumas memórias compartilhadas de alguém morto, silêncios constrangidos. Sensível e tocante em sua simplicidade, filmado em p&b e a partir de um recorte temporal praticamente o mesmo do tempo em curso durante a ação, trabalha de forma interessante essa dupla interatividade com o tempo – ao mesmo tempo que se move em tempo praticamente real, incluindo silêncios e pausas na fala, há o peso resistente de um tempo ausente-presente, do passado.  Rebuliço e Mãe Joana Filmes. 14 minutos e 49 segundos.

Filme do Dia: The Tail of the Monkey (1926), Walter Lantz & David Hand

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  T he Tail of the Monkey (EUA, 1926). Direção: Walter Lantz & David Hand. Nesse filme em particular, a mescla entre animação e ação ao vivo, uma constante na produção inicial de Lantz, dá-se de forma diferenciada de sua série Dinky Doodle, sendo que a separação respeita o que se convencionalizaria durante o cinema clássico como o universo da fantasia mais associado com a animação e o da realidade com ação ao vivo, mesmo que algumas inserções de animação se fazam nas cenas de ação ao vivo. Um tocador de realejo para tentar consolar uma garota que teve seu pirulito surrupiado pelo rabo do macaco, conta uma fábula em que o rabo do macaco é fundamental para que ele efetive todas as suas ações. Mesmo que a fábula não responda convincentemente a perda sofrida pela garota, o curta é construído de forma interessante. Foi co-dirigido por Hand, uma das futuras estrelas dos estúdios Disney (responsável pela direção de clássicos como Branca de Neve e os Sete Anões e Bambi ).  J. R. Bray St

Filme do Dia: Ester (2005), Pernilla Johansson

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  E ster (Suécia, 2005). Direção: Pernilla Johansson. Rot. Original: Petra Elmquist & Pernilla Johansson. Fotografia: Michael Palmgren. Música: Harry Warren & Al Dubin “Dames”. Com: Monica Petersen, Katarina Larke-Skedung. Tentativa de comicidade em curta-metragem a partir de uma mulher balofa que se realiza tal e qual Esther Williams numa piscina. Tinroof Produktion. 3 minutos.

Filme do Dia: Uma Estrela para Iôiô (2004), Bruno Safadi

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  U ma Estrela para Ioiô (Brasil, 2004). Direção e Rot. Original: Bruno Safadi. Fotografia: Lula Carvalho. Música: Alexandre Pereira. Montagem: Karen Black & Moa Batsow.  Dir. de arte: Moa Batsow. Com: Mariana Ximenes, Gustavo Falcão, Ivan Cardoso, Ana Abbott, Fábio Lago, Nina Morena, Alice Gomez. Ao comprar, depois de muito trabalho e doar tudo que de algum valor possuía, Antônio Cleide (Falcão), compra uma estrela para sua namorada, a prostituta Ioiô (Ximenes). Sua alegria, no entanto, durará pouco, quando descobrir que os seus amigos também compraram a mesma estrela para as suas. A discórdia se instaura entre o grupo, enquanto o vendedor conta animado o seu dinheiro. Ainda que a presença de Ivan Cardoso no elenco e a carreira posterior de Safadi sugira uma aproximação com o marginal-udigrude do passado, assim como ambientar uma história do passado em um Rio evidentemente contemporâneo, algo que Cardoso já havia feito antes (e melhor) em seu Nosferato no Brasil , esse curta p

Filme do Dia: Moonbird (1959), John Hubley

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  M oonbird (EUA, 1959). Direção: John Hubley. Rot.Original Faith Hubley & John Hubley. Dois garotos decidem sair em meio a escuridão da noite para caçar um pássaro e trazê-lo para casa. Bastante ousado, em termos de experimentação, caso tenhamos como medida a animação comercial norte-americana de sua época (que apenas flertará com algumas das opções aqui escolhidas por volta de uma década após, quando da explosão da contracultura) e não o cinema experimental contemporâneo. Utiliza o universo infantil como régua para suas liberdades, e particularmente dentro desse, de vozes infantis (de seus filhos) que possuem extremo protagonismo, pelo próprio Hubley ( Windy Day , Cockaboody ). Ao final, eles chegam em casa com um pássaro bem diverso (e maior) do que havia sido sugerido em sua busca inicial (gaiola). Venceu o Oscar da categoria, sendo a primeira produção independente a fazê-lo e demonstrando uma mudança de paradigma por volta desses anos que também afeta a animação. Storyboar

Filme do Dia: Faces de Novembro (1964), Robert Drew

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  F aces de Novembro ( Faces of November , EUA, 1964). Direção: Robert Drew. Esse sensível curta-metragem de Drew procura menos ser fiel ao estilo de um tema, sobre o qual se tem acesso privilegiado aos bastidores do evento, como Primárias e Crise: Por Trásde um Compromisso Presidencial que observar, com um toque de poesia a reação aos funerais de Kennedy. A inclusão de certos planos como os de gotas de chuva no asfalto remetem ao precursor desse estilo, Joris Ivens com seu A Chuva , ainda que no caso em questão tal descrição de elementos poéticos do cotidiano se dá em conjunção com um dos momentos mais tensos da história americana, provocando um efeito intrigante. Em sua maior parte, está mais interessado em colher as impressões nos rostos anônimos que acompanham a cerimônia do que se deter sobre o staff presidencial, sendo tal efeito bastante evocativo dos curtas sobre partidas de futebol produzidos pelo Canal 100 no Brasil, no seu interesse tão ou maior (principalmente aqui) em

Filme do Dia: The Candlemaker (1957), Joy Batchelor & John Halas

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  T he Candlemaker (EUA, 1957). Direção: Joy Batchelor & John Halas. Rot. Original: Joy Batchelor & Philip Stapp. Música: Mathyas Seiber. Montagem: Jack King. Numa época em que não havia nem automóveis, nem   eletricidade e nem mesmo iluminação a gás, pai designa o filho, ajudante na feitura de velas, a entregar as velas para a missa. Distraído ao brincar com seu ratinho de estimação, a criança somente lembra de fazer as velas muito próximo do horário da entrega e uma delas não acende. Toda a família, cujo pai havia sido elogiado na missa anterior, sente-se envergonhada pelo fato. O filho, então, capricha na feitura das velas que iluminarão a missa de natal. Fábula  de matriz protestante de atmosfera algo melancólica (auxiliado por sua bela trilha) que não se escusa, ao contrário da maior parte das animações referentes ao natal, de apresentar em mais de um momento a imagem de Cristo. Seu maior encanto também pode ser sua desgraça, a depender os olhos de quem vê:  a singelez

Filme do Dia: Aventuras e Travessuras (1942), Joseph Barbera & William Hanna

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  A venturas e Travessuras ( The Bowling Alley Cat , EUA, 1942). Direção: Joseph Barbera & William Hanna. Música: Scott Bradley. No auge de sua técnica gráfica – destaque para a imbatível riqueza da “direção de arte” e do habitualmente lustroso cenário – essa animação de Tom & Jerry, observa o último maquinando suas habituais doses de sadismo contra Tom em um clube de boliche; a determinado momento, um de seus mais inspirados, Jerry transforma o pino do boliche em um taco de beisebol e rebate a bola como se também fosse uma bola de beisebol, com o previsível estrago sobre se sabe bem quem. Trechos de A Bela Adormecida de Tchaikovski na trilha sonora.  Sétimo episódio da primeira série. MGM. 7 minutos e 40 segundos.

Filme do Dia: An American March (1941), Oskar Fischinger

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  A n American March (EUA, 1941). Direção Oskar Fischinger. As formas abstratas de Fischinger aqui se rendem ao patriotismo ufanista dos tempos de guerra, não apenas em termos de motivos visuais, como a presença da bandeira americana, seja de forma unificada ou fragmentada, mas também na escolha da banda sonora do tema Stars and Stripes Forever , de 1896, da autoria de John Philip Sousa. |3 minutos.

Filme do Dia: Operação: Coelho (1952), Chuck Jones

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  O peração: Coelho ( Operation: Rabbit , EUA, 1952). Direção: Chuck Jones. Rot. Original: Michael Maltese. Música: Carl W. Stalling. Montagem: Treg Brown. Curta de estréia com o personagem do Coiote, que ainda não havia ganho o seu parceiro, com o qual virá a ser sempre identificado, o Papaléguas. Aqui ele divide o protagonismo com Pernalonga, porém em tudo a animação é mais interessante do que as habitualmente identificadas com o personagem: estilo do desenho, com traços mais sofisticados, e gags. De fato, existe bastante diálogos na animação, algo que será praticamente abolido na continuidade da “carreira” de Coiote, sobretudo no hilário primeiro contato inicial entre os dois personagens, em que Coiote arma uma porta para poder ter um primeiro contato formal, afirmando ser um ser mais veloz e dinâmico que o colheo e, enfim, ser um gênio. Warner Bros. Pictures. 7 minutos e 18 segundos.

Filme do Dia: A Defeated People (1946), Humphrey Jennings

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  A   Defeated People (Reino Unido, 1946). Direção: Humphrey Jennings. Música: Guy Warrack. Mais convencional e menos inspirado que alguns títulos mais célebres de seu realizador ( Listen to Britain , Spare Time , A Diary for Timothy ), esse curta documental apresenta a complexa realidade do território alemão sob o domínio britânico pouco tempo após a maciça ofensiva aliada, cenário algo desolador, com ruínas por todos os lados e uma ração controlada de mil e poucas calorias por dia, assim como o fantasma do Nazismo a exorcizar (sobretudo dos mais velhos e daqueles que viveram em áreas não atingidas pelo conflito), assim como poucos professores e escolas completamente danificadas enquanto obstáculo para a educação das crianças. Em poucos momentos, Jennings parece se aproximar de um tom menos didático, ainda assim sem abdicar da locução over (a cargo de William Hartnell), como quando os destroços são observados enquanto verdadeiro parque de diversões para os pequenos ou ainda quando u

Filme do Dia: O Invasor Marciano (1988), Wolney Oliveira

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  O   Invasor Marciano ( El Invasor Marciano , Cuba, 1988). Direção e Rot. Original: Wolney Oliveira. Fotografia: Gustavo Velázquez. Montagem Juan Carlos Cremata Malberti. Mesclando ficção e documentário, o filme realiza um comovente tributo aos realizadores de películas amadoras em Cuba nos anos 1950 que, a certo momento, se emocionam revendo a si próprios quando jovens. Esse curta-metragem é marcado por um insistente desejo de traçar uma ancestralidade e continuidade no projeto posterior desenvolvido pela escola de cinema em Santo Antonio de Los Banhos,   não faltando tampouco o olhar paternalista e sentimental dirigido a um cinema que se equipararia a arte “primitivista” na pintura. Assim como uma relação ambígua com o referencial maior hollywoodiano (presente em trechos de clássicos como Cantando na Chuva , Casablanca e King Kong e no tema de As Time Goes By nos créditos finais). EICTV. 24 minutos.  

Filme do Dia: The Sultan's Wife (1917), Clarence G. Badger

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  T he Sultan’s Wife (EUA, 1917). Direção: Clarence G. Badger. Com: Bobby Vernon, Gloria Swanson, Joseph Callahan, Frank Bond, Blanche Payson, Teddy, o cachorro. Numa viagem para a Índia, Gloria (Swanson), amor de Bobby (Vernon) é sequestrada pelos homens de um Rajá (Callahan), que a quer como uma de suas centenas de mulheres em um harém. Descontado o caráter etnocêntrico com que a Índia é retratada desde o início, já surgindo uma cartela que faz referência às poucas roupas que os indianos utilizam – característica relativamente pouco explorada ou dubiamente explorada com um Raja, de pernas completamente desnudas, mas cobertas por uma meia que pretende mimetizar a pele de fato – trata-se de uma produção acima da média das estreladas pela dupla Vernon-Swanson e também pelo estúdio que a produziu. É evidente que sua marca etnocêntrica, que estará presente no cinema quase indelével até os dias de hoje, transforma os indianos em algo como crianças crescidas, a quem é demasiado fácil en

Filme do Dia: Madeline (1952), Robert Cannon

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  M adeline (EUA, 1952). Direção: Robert Cannon. Rot. Original: Ludwig Bemelmans. Música: David Raksin. Primeira incursão ao personagem, que renderia uma série de TV franco-canadense três décadas após. Com traços básicos, um relativo descaso com a perspectiva, uma presença forte de certa poética associada a se tratar explicitamente de uma narrativa – inclusive com bem orquestradas rimas como a que faz casar os intuitos de sua pequena protagonista em fazer travessuras para incomodar sua preceptora – assim como o tom levemente irônico que impregna as ações sociais do grupo, sendo a mesa do refeitório logo substituída por um conjunto de pias e a seguir camas. E tudo se casa à perfeição do ritmo com o qual é narrado. O fato de sua história ser ambientada em Paris, evocado já ao início da narrativa, surge talvez de forma menos incisiva e caricata que boa parte da produção de longa-metragem e ação ao vivo contemporânea, como é o caso de Sacre-Couer observada, a determinado momento, ao fund