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Mostrando postagens com o rótulo Fantasia

Filme do Dia: Perdi Meu Corpo (2019), Jérémy Clapin

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  P erdi Meu Corpo ( J’ai Perdu Mon Corps , França, 2019). Direção: Jérémy Clapin. Rot. Adaptado: Jérémy Clapin & Guillaume Laurant, a partir do romance de Laurant. Música: Dan Levy. Montagem: Benjamin Massoubre. Naoufel sonha em ser pianista e astronauta, algo incentivado respectivamente pela mãe e pelo pai, quando criança. Porém, ele se torna, na adolescência, um entregador de pizzas, diante de um pai desinteressado dele e da vida, e de um irmão mais velho irritante e pouco sensível às demandas do jovem. E para piorar, enquanto entregador não possui o menor talento. Certa noite ao ir entregar o produto para uma garota, Gabrielle, que mora no trigésimo quinto andar e após uma demora de quarenta minutos, dado um acidente que vivenciara, Naoufel descobre que a pizza já se encontra completamente destroçada. Ele conversa um longo tempo com Gabrielle pelo interfone. Ela o convida para passar a noite em seu apartamento, mas ele vai embora, após ter comido ele próprio a pizza. Porém, v

Filme do Dia: Nosferatu (1922), F.W. Murnau

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  N osferatu ( Nosferatu, eine Symphonie des Grauens , Alemanha, 1922). Direção: F.W. Murnau. Rot. Adaptado: Henrik Galeen, baseado no romance Drácula , de Bram Stoker. Fotografia: Fritz Arno Wagner & Günthen Krampf. Música: Hans Erdmann. Dir. de arte e Figurinos: Albin Grau. Com: Max Schreck, Gustav von Wangeinheim, Greta Schröder, Alexander Granach, George H. Schnell, Ruth Landshoff, John Gottowt, Gustav Botz, Max Nemetz. Bremen, 1838. Hutter (Wangeinheim) é designado para uma missão por seu patrão nos Cárpatos. A missão é a venda da sombria propriedade diante de seu apartamento para o conde Graf Orlok (Schreck). Sua esposa, Ellen (Schröder) teme sua partida. Hutter parte confiante e faz mofa dos moradores locais que o advertem para não se aproximar do castelo e do mito de Nosferatu. Já na primeira noite, acaba se tornando vítima do sombrio Conde. Ellen,   permanecendo na casa de um casal de amigos, passa a ter constantes alucinações e crises de sonambulismo. Hutter é testemunh

Filme do Dia: Chá de Sangue e Fio Vermelho (2006), Christiane Cegavske

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  C há de Sangue e Fio Vermelho ( Blood Tea and Red String , EUA, 2006). Direção e Rot. Original: Christiane Cegavske. Música: Mark Growden. Ousado longa-metragem de animação que, sem qualquer concessão a cair nas graças de um público mais amplo ao unir no universo do stop motion com uma fábula adulta nada auto-evidente sobre a luta entre dois grupos rivais, os aristocráticos ratos brancos e as gralhas, por uma boneca de pano, ao qual disputam como se fosse um ídolo importante. Destituído de diálogos e com personagens semi-antropomorfizados que emitem ruídos típicos dos próprios animais, ainda que se vistam e se locomovam como humanos, o filme, mesmo de difícil acompanhamento por sua proposta demasiado específica, nos brinda com cenários e direção de arte bastante elaborados em sua artesania na composição de um cenário melancólico e não raro sanguinolento. Tanta ousadia e refração a uma narrativa mais ortodoxa, apresentando seres por vezes de dimensão mítica e surreal, auxiliado por

Filme do Dia: Reversal of the Heart (2011), Carolyn Chrisman

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  R eversal of the Heart (EUA, 2011). Direção , Rot. Original e Montagem Carolyn Chrisman. Música Dave Volpe. Uma mãe dragão perde sua cria, por conta de uma peça brilhante que possui em seu próprio corpo, na altura do coração. Quem a matou, levou-a para uma princesa. Ela se transforma em um dragão, provocando um enorme susto no príncipe. Ela foge, após ser confrontada pela espada do mesmo. Sua fuga é para o campo. Refugiada em um paiol, assusta um jovem, que além de trabalho no campo é aprendiz de mago. Porém, quando percebe-o como inofensivo, monta nele procurando ir de encontro à montanha que fica o reinado dos dragões. Após uma primeira transformação de um animal numa lagoa, este adere a dupla e partem na continuação da jornada, interrompida por um cavaleiro que, em meio ao combate, fere mortalmente a dragão fêmea. E quando o cavaleiro vingativo chega ao local onde acredita se encontrar o dragão ferido ou morto, depara-se com a princesa que lhe estava prometida.   Esta não pa

Filme do Dia: Ghost - Do Outro Lado da Vida (1990), Jerry Zucker

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  G host – Do Outro Lado da Vida ( Ghost , EUA, 1990). Direção Jerry Zucker. Rot. Original Bruce Joel Rubin. Fotografia Adam Greenberg. Música Maurice Jarre. Montagem Walter Murch. Dir. de arte Jane Musky & Mark W. Mansbridge. Cenografia Joe D. Mitchell. Figurinos Ruth Morley. Maquiagem e Cabelos Ben Nye III & Dione Taylor. Com Patrick Swayze, Demi Moore, Whoopi Goldberg, Tony Goldwyn, Stanley Lawrence, Christopher J. Keene, Susan Breslau, Martina Deignan, Rick Aviles, Vincent Shciavelli. O casal Sam Wheat (Swayze) e Molly (Moore) mal começa a apreciar sua vida juntos, em loft muito bem decorado, afinal não falta dinheiro a Sam, um especulador da bolsa, quando ele é assassinado em um assalto ao lado dela, por um homem, Willie Lopez (Aviles), morador da periferia do Brooklyn. O espírito de Sam passa a ter contatos com uma médium canastrã, Oda Mae (Goldberg). Ele consegue ter acesso ao endereço do assassino, e faz com que o mais próximo amigo do casal, Carl (Goldwyn) vá

Filme do Dia: A Pequena Vendedora de Fósforos (1928), Jean Renoir & Jean Tédesco

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  A  Pequena Vendedora de Fosfóros ( La Petite Marchand d´Allumettes , França, 1928). Direção: Jean Renoir & Jean Tédesco.  Rot. Adaptado: Jean Renoir, baseado  no conto de Hans Christian Andersen. Fotografia: Jean Bachelet. Dir. de arte: Erik Aaes. Com: Catherine Hessling, Manuel Raaby, Jean Storm, Amy Wells. Jovem e pobre vendedora de cigarros (Hessling) sai numa noite de nevasca forte e não consegue vender uma unidade sequer. Atormentada por crianças, acaba buscando refúgio na ilusão de uma vitrine de loja. Sonha com um mundo fantástico de manequins de loja que se movimentam e cavalos que voam e vem a morrer no sono, sendo encontrada na manhã seguinte. Renoir realizou uma poética e inusitada incursão ao universo de Andersen. Um dos detalhes mais interessantes do filme é o fato do mundo “real” do qual surge a jovem costureirinha ser uma evidente maquete em estúdio, sugerindo a fantasia que se esconde por trás do que é descrito como “realidade” no  filme – e, indo um pouco mai

Filme do Dia: O Solar Enfeitiçado (1906), Segundo de Chomón

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  O Solar Enfeitiçado ( La Maison Ensorcelée , França, 1906). Direção, Rot. Original e Fotografia: Segundo de Chomón. Numa noite de tempestade, um trio se refugia numa casa abandonada e que logo também demonstra ser assustada. Esse fiapo de argumento conduz ao universo do fantástico, já bastante temporão no momento de sua realização, seja na Europa, seja na América. Eles testemunham de tudo um pouco, roupas que se movem sozinhas, um quadro que se transforma em algo vivo, a casa que chacoalha e neva e fogos que voam pelo ar, assim como talheres e utensílios de café da manhã que servem sozinhos. No momento em que a mesa é servida por si só, nossos heróis desistem de lutar contra os feitiços e procuram tirar partido dele, porém logo situações menos cômodas se seguirão. Torna-se interessante, retrospectivamente, por sua observação de como o fantástico logo se torna “domesticado” por quem o testemunha, numa referência que bem caberia ao próprio espectador, assim como por trazer uma referê

Filme do Dia: Acordar para a Vida (2001), Richard Linklater

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  A cordar para a Vida ( Waking Life , EUA, 2001). Direção e Rot. Original: Richard Linklater. Fotografia: Richard Linklater & Tommy Pallotta. Música: Glover Gill. Montagem: Sandra Adair. Dir. de arte: Bob Sabiston. Com: Wiley Wiggins, Glover Gill, Robert C. Solomon,   Richard Linklater, Ethan Hawke, Julie Delpy, J.C. Shakespeare, Bill Wise. O que mais chama a atenção nesse filme de Linklater, certamente pouco convencional e por vezes cansativo em sua proposta original, é o modo radical que sua animação em rotoscópio a partir de material integralmente e previamente filmado em ação ao vivo não apenas borra os limites entre essa e a animação que posteriormente foi produzida a partir daquela e consegue ser uma boa representação para o estado de “consciência onírica” vivenciado por seu protagonista, uma espécie de Pequeno Príncipe pós-moderno. Abdicando de uma estrutura dramática como também muito lhe convém, o filme parece propositalmente também burlar o que seria sonho e o que seri

Filme do Dia: Vincent (1982), Tim Burton

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  V incent (EUA, 1982). Direção e Rot. Original: Tim Burton . Fotografia: Victor Abdalov. Música: Ken Hilton. Dir. de arte: Tim Burton. Esse admirável curta de animação, uma das primeiras realizações de Burton , já apresenta muito do universo que ficará identificado com o realizador. Em forma  menos de prosa que de poesia Vincent Price narra a história de Vincent Malloy, uma criança que em seus sonhos macabros desejava ser Vincent Price, fantasiando um mundo de horror sombrio e funesto que sua mãe alertava somente existir em sua cabeça. Presença não menos extraordinária de uma deliciosamente melancólica trilha sonora, longe de eufemística. Pagando um tributo a um de seus ícones de infância (Prince, que apareceria de carne e osso em Edward Mãos de Tesoura ), Burton voltaria a utilizar vários dos personagens aqui descritos em produções posteriores. |Walt Disney Prod. para Buena Vista Dist.Co. 6 minutos.

Filme do Dia: A Dança dos Paroxismos (1929), Jorge Brum do Canto

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  A   Dança dos Paroxismos (Portugal, 1929). Direção, Rot. Original e Montagem: Jorge Brum do Canto. Fotografia: Manuel Luís Vieira. Com: Machado Correia, Jorge Brum do Canto, Maria de Castro, Maria Emília Vilas, Maria Manuela Varela. Cavalgando há dois dias rumo ao Reino Encantado no qual desposará uma princesa, Galeswithe (Varela) o cavaleiro (Brum do Canto) é acudido por um grupo de camponesas. Ele segue sua jornada, tendo sido alertado para ter cuidado quando atravessasse Elfland, a terra dos elfos. Lá proseia com Banschi (Castro) e é convidado a dançar pelas sílfides, convite que declina. O convite embute várias promessas, para que permaneça no seu reino. Esse não cede a seus encantos e parte, logo a seguir vendo uma imagem de ninguém menos que Galeswithe, que se afirma já ter morrido. Bem mais comedido em suas experimentações formais que a maior parte dos filmes da vanguarda francesa que lhe inspirou – o filme é dedicado a Marcel L’Herbier, embora talvez seja mais próximo, es

Filme do Dia: Quero ser John Malkovich (1999), Spike Jonze

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  Q uero ser John Malkovich ( Being John Malkovich , EUA, 1999). Direção: Spike Jonze. Rot. Original: Charlie Kaufman. Fotografia: Lance Acord. Música: Carter Burwell. Montagem: Eric Zumbrunnen. Dir. de arte: K.K. Barrett & Peter Andrus. Cenografia: Gene Serdena. Figurinos: Casey Storm. Com: John Cusack, Cameron Diaz, Catherine Keener, Orson Bean, Mary Kay Place, W. Earl Brown, Carlos Jacott, Charlie Sheen. Craig Schwartz (Cusack) é um títere – animador de marionetes – frustrado, que acaba resolvendo atender a uma oferta de emprego como arquivista em uma estranha empresa, que funciona no sétimo andar e meio, de um prédio em Nova York. Dividindo o apartamento com uma fauna de animais e a namorada Lotte (Diaz), com quem há muito tempo não leva uma relação mais próxima, sente-se grandemente atraído pela sedutora Maxine (Keener), que também trabalha no mesmo andar. Seu patrão, Lester (Bean), diz possuir 105 anos e é completamente obcecado por mulheres. Um dia, por acaso, Schwartz des

Filme do Dia: O Barba Azul (1901), Georges Méliès

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  O   Barba Azul ( Barbe-Bleue , França, 1901). Direção: Georges Méliès. Com: Georges Méliès, Jeanne D’Alcy, Bleuette Bernon. Maquiavélico sultão, Barba Azul chama todas as mulheres solteiras da região, para escolher sua oitava esposa. As mulheres não se encontram nem um pouco interessadas no homem velho e gordo que é, mas os pais ansiam por compartilhar de sua riqueza. A escolhida logo vê-se movida a tentação de entrar no único aposento proibido do castelo. Quando Barba Azul parte, ela entra no quarto e encontra as esposas anteriores mortas. Seu destino seria o mesmo, com o retorno de Barba Azul, porém ela é salva por cavaleiros que, após matarem Barba Azul, rompem com o feitiço e trazem de volta à vida as esposas mortas, que unem-se aos cavaleiros. A poesia visual de Méliès encontra aqui um de seus melhores resultados, unindo a bela cenografia e efeitos ópticos de rara descrição, em se tratando do cineasta,  para retratar a atmosfera de um conto que evoca a magia dos Irmãos Grimm

Filme do Dia: A Morta Viva (1943), Jacques Tourneur

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  A   Morta-Viva ( I Walked with a Zombie , EUA, 1943). Direção: Jacques Tourneur. Rot. Original: Inez Wallace & Curt Siodmak. Fotografia: J. Roy Hunt. Música: Roy Webb. Montagem: Mark Robson. Dir. de arte: Albert S. D´Agostino & Walter E. Keeler. Cenografia: A. Roland Fields & Darrell Silvera. Com: James Ellison, Frances Dee, Tom Conway, Edith Barreth, James Bell, Christine Gordon, Theresa Harris, Sir Lancelot. Wesley Rand (Ellison) contrata a jovem enfermeira canadense Betsy (Dee) para cuidar de sua esposa Jessica (Gordon), nas Índias Ocidentais. Betsy se torna cada vez mais envolvida por Wesley, porém se depara com o ambiente sombrio no qual este vive com sua esposa, que não demonstra o menor sinal de vida e cercados de nativos que praticam o vodu. Também compõem a família Rand seu irmão alcoólatra, Paul (Comway) e a mãe (Barrett) de ambos, cientista. Influenciada pelos empregados que falam de curas provocadas nos ritos de vodu, Betsy leva Jessica para um ritual e, ine

Filme do Dia: O Farol (2019), Robert Eggers

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  O   Farol ( The Lighthouse , EUA/Canadá, 2019). Direção: Robert Eggers. Rot. Original: Robert Eggers & Max Eggers. Fotografia: Jarin Blaschke. Música: Mark Korven. Montagem: Louise Ford. Dir. de arte: Craig Lathrop & Matt Likely. Cenografia: Ian Greig. Figurinos: Linda Muir. Com: Robert Pattinson, Willem Dafoe, Valeriia Karaman. Anos 1890, na costa da Nova Inglaterra. Um velho e experiente faroleiro, Thomas Wake (Dafoe), chega novamente na ilha inóspita em que se encontra o farol, que deve tomar de conta, junto com seu novo ajudante, Ephraim Winslow, aliás Thomas Howard (Pattinson), a quem não cansa de injuriar. As tensões climáticas se reproduzem nas relações de crescente antagonismo e abuso entre os dois homens. Aborrecida incursão mal sucedida em que o alegórico ganha asas sobre o realismo, de forma pretensiosa, inflada de um formalismo estético de incrível tradução em termos de direção de arte e fotografia (em preto&branco), mas tão estéril e insosso quanto a maio

Filme do Dia: As Quatro Faces do Medo (1965), Masaki Kobayashi

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  A s Quatro Faces do Medo ( Kaidan , Japão, 1965). Direção: Masaki Kobayashi. Rot. Adaptado: Yôko Mizuki, baseado no livro de Lafcadio Hearn. Fotografia: Yoshio Myiajima. Música: Tôro Takemitsu. Montagem: Hisashi Sagara. Dir. de arte: Jusho Toda.   Com: Rentaro Mikuni, Michiyo Aratama, Misako Watanabe, Tatsuya Nakadai, Keiko Kishi, Katsuo Nakamura, Osamu Takizawa, Kanemon Nakamura, Yûko Mochizuki. Madeixas Negras . Um samurai falido (Mikuni) abandona sua esposa fiel e doce (Aratama) para se casar com a filha de uma família rica (Watanabe), de quem acaba não gostando e achando orgulhosa e egoísta. Acreditando que havia sido um ato impensado da juventude, após muitos anos decide retornar à primeira esposa e possui uma surpresa desagradável, após a acolhida inicial . A Mulher da Neve . Jovem e velho carregadores de madeira acabam se abrigando em uma velha cabana da intensa tempestada de neve. Lá recebem a visita de uma entidade fantasmagórica (Nakadai). O velho morre, mas ao jovem, Yuk

Filme do Dia: O Adivinhador (2020), Evan Johnson, Galen Johnson & Guy Maddin

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  O   Adivinhador ( Stump the Guesser , Canadá, 2020). Direção, Rot. Original e Montagem: Evan Johnson, Galen Johnson & Guy Maddin. Fotografia: Ryan Simmons. Dir. de arte: Taavo Soodor & Evin Collins. Com: Adam Brooks, Brent Neale, Stephane Barrington, Werner Thaller, Alison Lord, Stephen Black, Marlise Ritchie, Kevin Doole. Adivinho (Brooks) que nunca erra sente-se ameaçado pela súbita aparição de um homem misterioso, que não faz nenhuma pergunta. Logo após, ele erra a sua primeira adivinhação. Sobre os olhos de uma mulher, que afirma ser sua irmã (Berrington) desaparecida. Tem então sua licença de adivinho revogada e um outro ocupa seu lugar. Como Hugo Cabret , de Scorsese , Maddin e parceiros revisitam o cinema mudo, para evoca-lo, na sua montagem rápida e com firulas, fotografia em p&b e uso de texto escrito. Inteligentemente, abdica de buscar qualquer tipo de fidelização, algo não apenas estéril, como mesmo impossível. Há referências a discursos diversos do mudo qu

Filme do Dia: The Thieving Hand (1908), J. Stuart Blackton

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  T he Thieving Hand  (EUA, 1908). Direção: J. Stuart Blackton. Com: Paul Panzer. Ainda que o tema e as trucagens-  uma mão que assalta que é escolhida como presente por um mendigo e comprada para ele por um milionário – sejam mais próximos do universo do primeiro cinema (não por acaso dirigida por um mestre dele) do que das primeiras narrativas realizadas por Griffith no mesmo ano na companhia rival, aqui tampouco a narrativa deixa de ser modelada em princípios claros de continuidade, mesmo levando em conta o final truncado, do protagonista na prisão tentando se livrar da mão – na verdade se trata de um braço – para um companheiro da prisão. A evidente estilização da prisão tampouco deixa de ser evocativa de filmes anteriores como Executionof Czolgosz with Panorama of Auburn Prison (1901). Tampouco se percebe, mesmo com a continuidade precisa,  uma decupagem mais sofisticada em termos de gradação de planos do que as obras da Biograph, característica considerada como uma das marcas

Filme do Dia: La Légende de Polichinelle (1907), Lucien Noguet & Albert Capellani

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L a Légende de Polichinelle (França, 1907). Direção: Lucien Noguet & Albert Capellani. Rot. Original: Albert Capellani. Com: Max Linder . É virtualmente impossível acompanhar o enredo desse filme sem referência a alguma fonte extra-fílmica como catálogo da companhia ou a própria disseminação do mito do Polichinelo (Arlequim, na versão em inglês, como é o caso em questão). Entre as coisas que mais chamam a atenção nesse filme se encontram uma virtuosa e longeva panorâmica que acompanha um dos planos iniciais nas quais Arlequim passeia com seu séquito no castelo. Algo muito pouco comum no universo da ficção, antes aplicado ao universo dos “panoramas”.   Assim como ser estrelada por Max Linder , embora se encontre muito mais próxima do universo fantástico de um Méliès ou Zecca, algo que fica acentuado sobretudo na última e longa cena, com trucagens e alegorias móveis típicas do primeiro. Aliás o fato da última cartela anunciar que se trata da “última cena” já trai uma menção a pr

Filme do Dia: Neste Mundo e no Outro (1946), Michael Powell & Emeric Pressburger

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N este Mundo e no Outro ( A Matter of Life and Death , Reino Unido, 1946). Direção e Rot.Original: Michael Powell & Emeric Pressburger. Fotografia: Jack Cardiff. Música: Alan Gray. Montagem: Reginald Mills. Dr. de arte: Alfred Junge. Figurinos: Hein Heckroth. Com: David Niven, Kim Hunter, Roger Livesey, Robert Coote,  Marius Goring, Raymond Massey, Richard Attenborough , Robert Atkins, Abraham Sofaer, Kathleen Byron. Peter Carter (Niven), piloto que sofreu sério dano quando caiu de avião em meio a uma ação de guerra, encontra a garota que o auxiliou na torre de comando, June (Hunter). Um aristocrata francês (Goring) foi enviado do céu para lhe explicar que havia morrido. Peter lhe pede um apelo à decisão e que o aristocrata tente convencer seus superiores. Enquanto isso, June e seu amigo, Dr. Reeves (Livesey), ficam fascinados pela lógica extrema que acompanha as alucinações de Peter, que acredita terem sido provocadas por um trauma em seu cérebro e agenda sua operação, porém

Filme do Dia: As Travessuras do Cupido (1908), J. Searle Dawley

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A s Travessuras do Cupido ( Cupid’s Pranks , EUA, 1908). Direção: J. Searle Dawley. Fotografia: Edwin S. Porter. Com: Violett Hill, Marie Murray, Mr. Barry, Phineas Nairs, Laura Sawyer. Cupido (Hill) sonolento é posto para trabalhar. Sobrevoando a cidade, irá pousar sobre um baile, intercedendo por uma mulher (Murray) que pretende se aproximar, até então sem sucesso, de um homem que lá se encontra. O Cupido rapidamente efetua sua tarefa, porém a situação demonstra ser complexa e, no final das contas, além de seu alcance. No emblemático ano em que Griffith estreia como diretor e o cinema se volta de forma mais acentuada rumo à narratividade, tem-se esse exemplo que mescla narração e uma fantasia mais livre e próxima do cinema de atrações, como as trucagens que fazem uso de visíveis sobreposições que ilustram o vôo do anjo pela cidade. Também se deve notar outra mudança significativa rumo à “integração narrativa” em termos de produção. Porter, que outrora poderia ser considerado