Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Jean-Louis Comolli
É o invólucro sensível e carnal da voz que falta ao cinema mudo. Jean-Louis Comolli, Ver e Poder , p. 116.
O mundo atual é, um mundo demasiadamente cruel,  e em vão. A crueldade é violar a personalidade de alguém, é colocar alguém em condição de chegar a uma confissão total e gratuita. Se fosse uma confissão em vista de uma meta determinada, eu a aceitaria, mas trata-se do exercício de um voyeur, é vicioso e, devemos dizê-lo, é cruel. Acredito firmemente que a crueldade é sempre uma demonstração de infantilismo. Toda a arte de hoje se torna cada dia mais infantil. Cada um de nós tem o desejo louco de ser o mais infantil possível...Hoje a arte é ou lamentação ou crueldade. Não há outra medida: ou nos lamentamos, ou fazemos um exercício absolutamente gratuito de crueldade. Tome, por exemplo, a especulação (é preciso chamá-la pelo nome) que se faz sobre a incomunicabilidade, sobre a alienação; não vejo nisso nenhuma ternura, mas uma enorme complacência...E isso, como lhe falei, me levou a determinação de não fazer mais cinema. Roberto Rossellini apud Jean-Louis Comolli, Ver e Poder , p. 61