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Percebi que a solidão não existe para nós quando a pessoa que amamos, embora em outro lugar, fora do nosso alcance, também está se sentindo só, e no mesmo momento. Walter Benjamin, Diário de Moscou , p. 55.
Quem ama não se apega apenas aos "erros" da amada, não apenas aos caprichos e às fraquezas de uma mulher; rugas no rosto e sardas, vestidos surrados e um andar torto o prendem de maneira mais durável e mais inexorável do que qualquer beleza. Isso se sabe há muito tempo. E por que? Se é correta a teoria segundo a qual os sentimentos não estão localizados na cabeça - que sentimos uma janela, uma nuvem, uma árvore não no cérebro, mas antes naquele lugar onde as vemos -, então estamos também nós, ao contemplarmos a mulher amada, fora de nós mesmos. Agora, porém, num tormento intenso e arrebatador. Ofuscado pelo esplendor da mulher, o sentimento voa como um bando de pássaros. E assim como os pássaros procuram abrigos nos esconderijos frondosos da árvore, também se recolhem os sentimentos, seguros em seu esconderijo, nas rugas, nos movimentos desajeitados e nas máculas singelas do corpo amado. Ninguém, ao passar, adivinharia que justamente ali, naquilo que é defeituoso, censurável,
Se o sono é o ponto mais alto da distensão física, o tédio é o ponto mais alto da distensão psíquica. O tédio é o pássaro de sonho que choca os ovos da experiência . O menor sussurro nas folhagens o assusta. Seus ninhos - as atividades intimamente associadas ao tédio - já se extinguiram na cidade e estão em vias de extinção no campo. Com isso, desaparece a comunidade dos ouvintes. Contar histórias, sempre foi a arte de contá-las de novo, e ela se perde quando as histórias não são mais conservadas. Ela se perde porque ninguém mais fia ou tece enquanto ouve a história. (grifos meus) Descobri esse lindo trecho de O Narrador através do  trabalho de Susana Kampff Lages, que me incitou a reler o texto de Benjamin, como toda obra que difunde o interesse pelo que admira de forma intensa o faz. Como parece distante do vazio acadêmico burocrático e institucionalizado da maior parte do que se produz na academia nos dias de hoje...A visão do tédio como força necessária para a criação espiritu
Em todo o belo há tristeza que se esconde Indefinida, pois permanece sendo Dupla e duplamente indecifrável A si mesmo, oculta e obscura a quem está vendo. Walter Benjamin
Walter Benjamin has made this point in the simplest and most extreme way, in claiming that what we seek in narrative fictions is that knowledge of death which is denied to us in our own lives (...). Benjamin thus advances the ultimate argument for the necessary retrospectivity of narrative: that only the end can finally determine meaning, close the sentence as a signifying totality. Peter Brooks, Reading for the Plot , pp. 22.