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Alberto Moravia on Pier Paolo Pasolini

Crosby, Stills & Nash - Lady Of The Island

EU SEI O QUE É SER FELIZ NA VIDA - E A DÁDIVA DA EXISTÊNCIA, o gosto da hora que passa e das coisas que estão em torno, ainda que imóveis, a dádiva de amá-las, as coisas, fumando, e uma mulher dentro delas. Conheço a alegria de uma tarde de verão, lendo um livro de aventuras canibalescas, seminu em uma chaise longue , na frente de uma casa de colina com vista para o mar. E muitas outras alegrias juntas: de estar num jardim à espreita e escutar o vento que mal move as folhas (as mais altas) de um árvore; ou sentir trincar e desmoronar num areal a infinita existência da areia; ou, num mundo povoado de galos, despertar antes da alvorada e nadar sozinho em toda a água do mundo, à beira de uma praia rosada. E não sei o que se passa em meu rosto nessas minhas felicidades, quando sinto que se está tão bem na vida: não sei se uma doçura sonolenta ou quem sabe um sorriso. Mas quanto desejo de ter as coisas! Não somente o mar ou somente o sol e não somente uma mulher e o coração dela sob os lábi
“Eles juntaram algumas estatísticas e encontraram essa regra, que ‘aqueles que falam da mesma forma consomem da mesma forma’, portanto todo mundo que fala da mesma  forma se vestirá da mesma forma, se deslocará em carros semelhantes e por aí vai (...) Soube que um homem chorou por isso, aquele que disse que isso significava o fim da humanidade e que se os trabalhadores não erguessem de volta suas bandeiras vermelhas, então nada poderia ser feito (...) porque eles são os únicos que podem dar alguma alma às coisas.” (Fala do corvo em Gaviões e Passarinhos , de Pasolini, que acabou sendo excluída da versão final do filme)
Chemin De Fer Alone on the railroad track I walked with pounding heart. The ties were too close together or maybe too far apart. The scenery was impoverished: scrub-pine and oak; beyond its mingled gray-green foliage I saw the little pond where the dirty old hermit lives, lie like an old tear holding onto its injuries lucidly year after year. The hermit shot off his shot-gun and the tree by his cabin shook. Over the pond went a ripple The pet hen went chook-chook. "Love should be put into action!" screamed the old hermit. Across the pond an echo tried and tried to confirm it.  Elizabeth Bishop

Meu Caro Diário 18/04/2004

 Dia bonito, como tem sido os últimos. Amanheci com uma vontade de entrar num clima de imersão da leitura das cartas de Oiticica e Lygia Clarke no Parque Villa-Lobos, mas tive que desistir da idéia por conta de uma necessidade mais urgente que era a de comprar água mineral para preparar a vitamina – a água daqui, mesmo filtrada e tendo já passado por um filtro de parede estava provocando conseqüências diarréicas em Josué e em mim antes dele comprar o primeiro garrafão umas duas semanas atrás. Então acabei indo até a Praça do Por do Sol e lá li um pouquinho do livro, sem deixar de me sentir um pouco tenso e esnobe. Comprei então a Folha de São Paulo e quando me dirigia para o super-mercado observei homens efetivando serviços como empilhar algo para guardar em um carro ou, mais adiante, passar um rolo com tinta azul no chão de uma calçada, diante de uma escola infantil, que me fizeram admirá-los enquanto expressão de fé na organização de algo que luta contra o inevitável processo do tem

Cineclube do Mamam: Prospero's Books

O Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães convida a todos para a retomada do projeto CineMAMAM, que vem com o intuito de agregar arte contemporânea e cinema dentro do museu, possibilitando novos e maiores debates com outras expressões artísticas e buscando novos meios de estabelecer relações entre o museu e as pessoas através da arte. Nesta primeira edição exibiremos o filme “Prospero’s Book”, de Peter Greenaway, uma adaptação da obra “A Tempestade” de William Shakespeare. Na trama, Próspero vive numa ilha  com sua filha Miranda, após ter sido banido pelo Rei de Nápoles. Mas o destino faz com que seus inimigos venham a sua ilha, dando início a um romance proibido e a uma série de conspirações e vinganças. Repleto de referências às artes plásticas, ao teatro, à literatura e às mídias digitais, onde as imagens parecem retratar quadros vivos, onde a fotografia, a cenografia e a própria atuação performática dos atores estabelece uma ligação lírica e ao mesmo tempo direta com o texto d

Filme do Dia: A Alegria (2011), de Marina Meliande & Felipe Bragança

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A Alegria (Brasil, 2010). Direção: Marina Meliande & Felipe Bragança. Rot. Original: Felipe Bragança. Fotografia: Andrea Capella. Música: Mary Fê. Montagem: Marina Meliande. Dir. de arte: Gustavo Bragança. Com: Tainá Medina, Clara Barbieri, Flora Dias, Bernardo Barcelos, Junior Moura, Maria Gladys. Luíza (Medina) é uma adolescente designada para cuidar do primo João que recebeu um tiro no pé em um sítio Queimados, na Baixada Fluminense. A mãe de Luíza vai se juntar a mãe (Gladys) de João, que tem certeza que o filho ainda se encontra vivo. Enquanto isso, Luíza vivencia o momento de descoberta do amor, encontrando um namorado na escola e vivenciando aventuras com dois outros colegas de escola, sonhando um dia ocupar a cidade. Mesmo que a intenção manifestada com o filme por seus realizadores afirme uma luta contra a nostalgia e um desejo de potência de afirmação vital, o seu produto final se encontrará, de certo modo, demasiado imbricado em contradições que se encontram lon

Lady Gaga ft yoko ono - It's Been Very Hard

Georges Bizet - Symphony No. 1 in C major - II. Adagio

Na trilha de "La Grande Bellezza"

Luigi Tenco Serenella

Filme do Dia: "We Live in Two Worlds" (1937), Alberto Cavalcanti

We Live in Two Worlds (Reino Unido/Suiça, 1937). Direção: Alberto Cavalcanti. Rot. Original: J. B. Priestley. O próprio Priestley narra esse curta documental que parte do princípio de que vivemos em dois mundos. O das comunidades nacionais, aparentemente destituídos de conflitos, e o da comunidade internacional. A partir daí inexplicavelmente parte para a Suíça enquanto exemplificação desse mundo internacional. Priestley surge em dois momentos, e sua segunda aparição igualmente demarca a divisão entre uma primeira parte, centrada sobretudo na dimensão mais folclórica, tradicional e rural suíça e uma segunda que apresenta o progresso econômico representado por indústrias, mas sobretudo pelos meios de transporte e comunicação. Num momento em que a tensão bélica já desponta no horizonte europeu, seu idealismo, ao acreditar que as comunicações aproximam o que as fronteiras físicas demarcam e afastam, soa um tanto simplista. Talvez mais compreensível seja a verdadeira apologia que é feit

Pont Neuf, Paris (1872)

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Embora seus retratos sejam mais conhecidos, as paisagens de Renoir ressoam com um vigor e frescor centrais para o desenvolvimento do impressionismo, mais notável aqui em sua transcrição dos efeitos da luz solar. O sol do meio-dia permeia o panorama, sua intensidade ressaltando a paleta do artista e suprimindo detalhes incidentais para iluminar a cena da multidão. Edmond Renoir, o irmão mais jovem e um jornalista iniciante em 1872, posteriormente recordou sobre o início dessa pintura numa entrevista. Renoir conseguiu a permissão para ocupar o andar superior de um café por um dia para descrever a vista da famosa ponte. Edmond de quando em quando descia a rua para deter alguns transeuntes o tempo suficiente para que o artista recordasse suas aparências. Renoir inclusive observou a presença de Edmond, caminhando com uma bengala na mão e um chapéu de palha na cabeça, em dois lugares. Se, como Edmond indicou, Pont Neuf, Paris , foi pintado durante um único dia, foi certamente precedido

Belle And Sebastian -The Chalet Lines

He raped me in the chalet lines The girl I shared with was away for the night I couldn't get up for my shift today I'll have to leave the camp now anyway I'll go to London, there's a mate of mine  I know she'll give me a place Full of woe and further to go He raped me in the chalet lines I had just said no for the final time Although it's last month, it's like yesterday I missed my time, I don't think I could stand To take the test, I'm feeling sick Fuck this, I've felt like this for a week I put a knife right into his eyes My friend can't see She asks me why I don't tell the law Oh, what's the fucking point at all? He raped me in the chalet lines It was a party, it was going fine With the boys from the amusement park A few were idiots, it was a really good laugh They had the shows until way after dark I hope she'll give me a place Full of woe and further to go She caught the bus "Oh, I'll go anywhere" She caught
http://catracalivre.com.br/geral/cidadania/indicacao/serie-fotografica-mostra-que-existe-amor-e-sexo-na-velhice/

Um dia na rampa (Luiz Paulino dos Santos, 1957)

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Filme do Dia: A Diary for Timothy (1945), de Humphrey Jennings

A Diary for Timothy (Reino Unido, 1945). Direção: Humphrey Jennings. Rot. Original: E.M. Forster. Fotografia: Fred Gamage. Música: Richard Addinsell. Até mesmo em um gênero tão insípido como o do filme de propaganda os britânicos tentaram aplicar uma coloração humanista mais do que de apenas explícita propaganda. Jennings e sua equipe o fizeram através do recurso de apresentar fatos, dados e expectativas sobre o futuro a partir do prisma de um diário visual para o infante Timothy, nascido em setembro de 1944. A música atenua parcialmente a postura empertigada e pomposa, algo ainda mais ressaltada por se lidar com “atores naturais”, ao contrário do naturalismo que se extraiu de postura semelhante nos filmes neo-realistas contemporâneos. Como a maior parte dos documentários britânicos de guerra se evita o melodrama, embora certos momentos sejam de evidente manipulação emocional, como o do canto natalino sobre a imagem em close do pequeno e inocente bebê, alheio a todas as vitórias e v

Matou a análise e foi ao cinema...

...e assistiu um dos filmes mais- senão o mais - interessantes de 2013: La Grande Bellezza.