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The Film Handbook #6: Ken Loach

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Sandy Ratcliff como uma garota na iminência de um colapso mental, na acusação por Ken Loach das pressões da Vida em Família . Nascimento: 17/06/1936/Nuneaton, Inglaterra. Carreira : 1967- Ainda que firmemente entrincheirado na tradição realista britânica, os filmes de Kenneth Loach transcendem às limitações comuns a tais métodos através de uma combinação rica entre política, poesia e pathos . Infelizmente seu rigoroso naturalismo e suas simpatias pela esquerda tem sido confinadas mais recentemente ao seu trabalho para a televisão, ainda que suas imagens sejam igualmente autênticas tanto nas telas grandes quanto pequenas. Desenvolvendo um interesse pelo teatro quando estudava direito, Loach se tornou um diretor de televisão, aonde o poder e acuidade de seus retratos da classe trabalhadora britânica contemporânea em peças tais como Up the Junction , Cathy Come Home e In Two Minds  o destacaram como um excitante novo talento. Em 1967, com o colaborador e produtor de longa dat

Filme do Dia: A Treinadora e seus Jogadores (2000), Qi Jian

A Treinadora e seus Jogadores ( Nu Shuai nan Bing , China, 2000). Direção: Qi Jian. Rot. Original: Miao Lu & Sun Xiaoquing. Fotografia: Lian Ming. Música: Zou Hang. Montagem: Yang Shuyong. Dir. de arte: Wang Jie. Figurinos: Yang Jing. Com: Jiang Wenli, Liu Quiang, Chen Baoguo.           Jie Wen (Wenli) é uma celebridade nacional após ter sido campeã da liga de basquete. Convidada para dirigir uma equipe que se encontra em decadência, ela terá que lidar com a rejeição do namorado, um dos jogadores expoentes da temporada e com a insubordinação de seus comandados, liderados pela vedete da equipe. Aos poucos, no entanto, Jie vai conquistando a simpatia dos jogadores e o time cresce até chegar na liderança. Próximo ao final do campeonato o dono do time, tendo recebido uma proposta de suborno da equipe concorrente, que irá cair para a segunda divisão caso o time perca, faz-lhe a proposta de perder um jogo. Jie afirma que irá sair da equipe, mas apenas após essa partida, que ganha. Qua

DALIDA Love in Portofino

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Filme do Dia: Os Artistas no Centro do Picadeiro: Perplexos (1968), Alexander Klüge

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Os Artistas no Centro do Picadeiro: Perplexos (Die Artisten in der Zirkuskuppel : Ratlos, Alemanha, 1968). Direção e Rot. Original: Alexander Klüge. Fotografia: Guenter Hoerman & Thomas Mauch. Montagem: Beate Mainka-Jellinghaus. Com Hannelore Hoger, Sigi Graue, Alfred Edel, Bernd Höltz, Eva Oertel, Kurt Jürgens, Gilbert Houcke, Wanda Promska-Pampuch. Leni Peickert (Hoger) é uma mulher fascinada pelo circo. Após observar e entrar em contato com vários artistas, ela consegue montar o seu, mas não dura muito tempo. Por sua inabilidade prática, os credores acabam levando os animais. Essa complexa metáfora política de uma Alemanha no pós-guerra e o papel da arte que a ela cabe, bastante pessimista em relação a sua completa sujeição ao circuito do capitalismo, no sentido mais amplo, é prejudicada por seu excessivo hermetismo formal e cerebralismo. É evidente que tal metáfora leva em conta o próprio meio do qual Klüge se utiliza, o cinema. Após todas as idéias próprias que a prota
Ao partir, ficam-me coisas por acabar, ao partir. Salvei a gazela da mão do caçador mas continuou desmaiada, sem recuperar os sentidos. Colhi a laranja do ramo, Mas não consegui tirar-lhe a casca. Reuni-me com as estrelas, mas não as consegui contar. Tirei a água do poço mas não pude servi-la nos copos. Coloquei as rosas na bandeja, mas não pude esculpir as taças de pedra. Não saciei os meus amores. Ao partir, ficam-me coisas por acabar, ao partir.

Filme do Dia: Duelo a Pistola en el bosque de chapultepec (1896), Gabriel Veyre

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Un Duelo a Pistola en el Bosque de Chapultepec (México, 1896). Direção: Gabriel Veyre. Encenção ou não? Essa é a pergunta que acompanha certamente um dos primeiros filmes que Veyre realiza no México. E não se trata de uma pergunta fútil, no sentido de que se trata de uma vida humana. Caso a resposta seja afirmativa, como é provável que seja – dada a existência de um verdadeiro gênero que explorava a encenação de mortes e fuzilamentos – trata-se de uma morte mais realista do que as habitualmente encenadas então. Caso a resposta seja negativa, trata-se de um dos primeiros registros, senão o primeiro, que flagram o momento de uma morte de um ser humano – Eletrocuting an Elephant , produzido por Edison, somente faria algo semelhante sete anos após, e com um elefante como afirma o título – algo que pode ser levemente alimentado pelo fato de Veyre ser conhecido quase exclusivamente por “flagrantes” da realidade mais que propriamente encenações. Poder-se-ia pensar que tal como os Lumière

Brahms String Quartet Op. 51 No.1 in C minor (Full)

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Filme do Dia: Chamas de Verão (1966), Tony Richardson

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Chamas de Verão ( Mademoiselle , Reino Unido, 1966). Direção: Tony Richardson. Rot. Adaptado: Marguerite Duras, a partir do conto de Jean Genet. Fotografia: David Watkin. Música: Antoine Duhamel. Montagem: Sophie Coussein & Antony Gibbs. Dir. de arte: Jacques Saulnier. Cenografia: Charles Merangel. Figurinos: Jocelyn Rickards. Com: Jeanne Moreau, Ettore Manni, Keith Skinner, Umberto Orsini, Georges Aubert, Jane Beretta, Paul Barge, Pierre Collet.           Num vilarejo francês, jovem professora proveniente de Paris, conhecida apenas como Mademoiselle (Moreau) sente-se atraída pelo imigrante italiano Manou (Manni), viril e que não se escusa em fazer sexo com boa parte das garotas do lugar. Seu filho, Bruno (Skinner), que inicialmente havia recebido os cuidados de Mademoiselle, agora sofre cada vez mais com seus destratos. Mademoiselle costuma sorrateiramente provocar inundações, incêndios e o envenanamento de animais, sendo que a suspeita sempre recai na dupla de imigrantes
Não pode haver palavra mais apropriada do que "caridade" para aqueles impulsos humanos que o capitalismo desdenha, considerando-os disfuncionais. Dai Vaughan, O Condenado , p.73.
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Je Ne Suis Pas Charlie

Filme do Dia: A Idade da Terra (1980), Gláuber Rocha

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A Idade da Terra (Brasil, 1980). Direção e Rot. Original: Gláuber Rocha . Fotografia: Roberto Pires e Pedro de Moraes. Montagem: Carlos Cavalcante. Cenografia: Paula Gaetan Moscovici & Raul William Amaral Barbosa. Figurinos: Paula Gaetan Moscovici, Raul William Amaral Barbosa & Nilde Maria Goebel. Com: Tarcísio Meira, Norma Bengell, Jece Valadão, Antônio Pitanga, Ana Maria Magalhães, Danuza Leão, Geraldo Del Rey, Maurício do Valle, Gerard Leclery, Carlos Petrovich. Esse, que é o filme-testamento de Rocha, passeia entre a colagem godardiana e o mítico de Pasolini reverberando, em última instância, o próprio senso criativo de um cineasta que volta a se deter na sua maior obsessão: pensar o Brasil e sua cultura. Por vezes aborrecido e auto-indulgente, o filme apresenta seu momento documentário (evocativo de Godard ), na entrevista com Carlos Castelo Branco, que reflete sobre o golpe de 64 e alguns outros bons momentos de verve crítica. Seja uma abstração que acaba demonstran
Amar dói. É como se nos deixassemos esfolar sabendo que a qualquer momento a pessoa pode partir com sua pele.
amar as palavras, agonizar diante de frases. prestar atenção ao mundo.

‘Vanessa and Her Sister,’ by Priya Parmar

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Rarely do you encounter a woman who commands as much admiration as does the painter Vanessa Bell in Priya Parmar’s multilayered, subtly shaded novel, “Vanessa and Her Sister.” The sister of the title is, of course, Virginia Woolf, who understood how hard it is for a novelist to capture a character. “Few catch the phantom,” Woolf said in a lecture at Cambridge in 1924, the year before the publication of “Mrs. Dalloway.” “Most have to be content with a scrap of her dress or a wisp of her hair.” Parmar’s portrait brings Vanessa out of the shadows, into fully realized, shining visibility. The world remembers Virginia better than her enigmatic older sister: Parmar restores the symmetry of their relationship in the familial landscape, showing how essential Vanessa’s steadying force was to Virginia’s precarious balance. Though Vanessa was only two and a half years older than Virginia, she took on a maternal role for her and their two brothers in 1895, after their mother’s death, when

Filme do Dia: Weenie Roast (1931), Manny Gould & Ben Harrison

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Weenie Roast (EUA, 1931). Direção: Manny Gould & Ben Harrison. Rot. Original: Ben Harrison. Típico produto de sua época, essa animação de Krazy Kat, praticamente é exibição de música e movimento, sem muita atenção para nada mais. Aqui, Kat e sua namorada vão se divertir na praia e sobrevivem ao erro de um funcionário de um parque de diversões, atravessando o mesmo e um circo com o carrinho da montanha russa. O movimento e os desenhos, assim como a antropomorfização radical não somente de animais como de objetos, também típica do período, é bastante semelhante as Silly Symphonies de Disney e séries derivadas. Screen Gems para Columbia Pictures. 6 minutos.

Filme do Dia: Tasmânia em Dose Dupla (1954), Robert McKimson

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Tasmânia em Dose Dupla ( Devil May Hare , EUA, 1954). Direção: Robert McKimson. Rot. Original: Sid Marcus. Música: Milt Franklyn. Montagem: Treg Brown. Estréia do personagem do Diabo da Tasmânia na série Looney Tunes . Um estouro de animais atravessa as imediações da toca de Pernalonga. Esse descobre se tratar de uma fuga do Diabo da Tasmânia. Com sua habitual tom blasée ele simplesmente desce para a sua toca e vai averiguar de que se trata tal animal e acaba sendo complementado pelo próprio Diabo na melhor gag do desenho. A animação de Mckimson, com direção de arte e cenários já bem mais simplificados do que os presentes nas duas décadas anteriores parece sinalizar para onde o universo de animação produzida em massa se encaminhará nos anos seguintes, inclusive com o início da produção de séries para a TV. Ao final, Pernalonga encomenda por avião uma diaba da tasmânia e, não dado por satisfeito, celebra o casamento entre ambos, jogando arroz doce sobre o casal que embarca de v

The Film Handbook #5: Pier Paolo Pasolini

Nascimento : 05/03/1922, Bolonha, Itália Morte: 02/11/1975, Óstia, Itália Carreira como diretor : 1961-75. Os filmes de Pier Paolo Pasolini - realizador, poeta, romancista, teórico, pintor e comunista - revelam um artista trespassado por muitas contradições. Ao mesmo tempo preocupado com o real e o poético, e influenciado por ideologias aparentemente tão polarizadas quanto o Marxismo e o Cristianismo, permaneceu   um implacável talento iconoclasta ao longo de sua eclética, problemática e controversa carreira. No momento em que  passou a dirigir filmes, Pasolini já havia feito seu nome como poeta, romancista e roteirista de vários, incluindo Noites de Cabíria  de Fellini . Sua simpatia natural pelo lumpemproletariado e campesinato (reforçado por sua atração intelectual pelas ideias políticas de Gramsci) se tornam evidentes tanto em La Commare Secca (que Bertolucci dirigiu a partir de um roteiro de Pasolini) quanto em Accattone - Desajuste Social ( Accattone )> 1 , uma desleixa

Filme do Dia: As Invasões Bárbaras (2003), Denys Arcand

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As Invasões Bárbaras ( Les Invasions Barbares , Canadá/França, 2003). Direção e Rot. Original: Denys Arcand. Fotografia: Guy Dufaux. Música: Pierre Aviat. Montagem: Isabelle Dedieu. Dir. de arte: François Séguin & Caroline Alder. Cenografia: Patrice Bengle & Annika Krausz. Figurinos: Denis Sperdouklis. Com: Rémy Girard, Stéphane Rousseau, Dorothée Berryman, Louise Portal, Dominique Michel, Yves Jacques, Pierre Curzi, Marie-Josée Croze, Marina Hands.         A mãe de Sébastien (Rousseau), que é um bem sucedido homem, de negócios em Londres, avisa-lhe que seu pai se encontra em situação complicada de saúde em Montreal. Sébastien parte com a esposa de volta ao Canadá e, através do dinheiro, consegue reunir desde os amigos de juventude do pai, como heroína para atenuar a dor sentida por Rémy, transmissão de mensagens via satélite pela Internet da sua irmã, que se encontra de férias e uma visita de cortesia de seus ex-alunos. Consegue, inclusive, aproximar-se afetivamente do pa