Filme do Dia: Jacquot de Nantes (1991), Agnès Varda


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Jacquot de Nantes (França, 1991). Direção: Agnès Varda. Rot. Original: Agnés Varda, a partir das memórias de Jacques Demy. Fotografia: Patrick Blossier, Agnés Godard & Georges Strouvé. Música: Joanna Bruzdowicz. Montagem: Marie-Josée Audiard. Cenografia: Robert Nardone & Olivier Radot. Figurinos:  Françoise Disle. Com: Philippe Maron, Edouard Joubeaud, Laurent Monnier, Brigitte De Villepoix, Daniel Dublex, Clément Delaroche, Rody Averty, Hélène Pors.

A vida de Jacques Demy dos seus primeiros anos até a partida para Paris, quando vai estudar em uma escola de cinema, são marcados pela infância feliz (Maron), pela experiência traumática da guerra (Joubeaud) e pelos obstáculos para superar a escola industrial que o pai (Dublet) vislumbra como futuro. O apoio incondicional vem da mãe, Marilou (Villepoix).

Varda, em seu tributo ao marido então recentemente falecido, traça uma cinebiografia bastante original, autoral e intimista, mesclando documentário e ficção. Alterna imagens do próprio Demy falando sobre sua vida, sua voz off e os filmes de ficção em momentos que a trama do filme faz referência ao que seria posteriormente ficcionalizado pelo cineasta. De modo terno, o filme demonstra o quanto a obra do cineasta remete às suas próprias memórias da infância e juventude, tendo como mérito traçar uma narrativa nostálgica mas efetivamente desdramatizada. Seu tributo carinhoso e extremamente pessoal, marcado por poéticas inserções de imagens aproximadas da pele e dos olhos de Demy, esbarra no entanto com o obstáculo de se deter de modo demasiado prolongado e autocondescendente na representação do quão sacrificada foi a inserção do cineasta em seu métier, através da crescente sofisticação técnica de seus filmetes amadores, incrementada pela compra de filmadoras mais sofisticadas. Boa parte das cenas ficcionais foram efetivadas em locais reais, como a casa em que o cineasta viveu seus primeiros anos. Apresenta, entre outras, cenas do curta que foi a primeira realização profissional de Demy em 1955, assim como de Lola (1961), A Baia dos Anjos (1963), Os Guarda-Chuvas do Amor (1964) e Pele de Asno (1970). Foi filmado tendo como fonte as próprias memórias que não chegaram a ser concluídas pelo realizador, morto no ano anterior. Canal +/CNC/Cine Tamaris/La Sept Cinéma/Sofiarp. 118 minutos.

Comentários

  1. Faz muito tempo que não assisto um filme Frances, esse parece ser uma boa pedida, vou procurar! Gostei muito da critica, e do seu blog.
    Seguindo.

    http://oestranhomundo-de-ioio.blogspot.com

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  2. Grato, Ioio. Apareça sempre...vou dar uma conferida em seu blog.

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